VERSEJANDO
Vou caminhar
Por onde voam os pássaros
E passear em seus gorjeios matutinos
Em cânticos maviosos,
Nas arvores frondosas
Onde outrora cantavam
As cigarras noturnas
De Olegário Mariano.
Vou alcançar as estrelas
Que diziam versos
Para Olavo Bilac
Em sua imaginação gloriosa,
Enquanto amava a mais linda das mulheres.
Vou refugiar -me
Nas palmeiras
Compridas,
No pouso das sabias
De Gonçalves Dias,
Porque “as aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá”.
Vou esquecer da dor do mundo
E da simbiose ,
Da hemoptise
Sofrida dia a dia
Por Augusto dos Anjos
E voar como o condor
Que adeja o espaço infinito,
Que não conhece o limite
Contido na imaginação
De Victor Hugo
Ou no condoreirismo
De Castro Alves.
Vou quedar -me silente,
Inerte e inerme,
Na poltrona de Schopenhauer
Para não dizer mais nada.
07.12.2010.
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