quarta-feira, 21 de setembro de 2022

 VERSEJANDO 

Vou caminhar 

Por onde voam os pássaros

E passear em seus gorjeios matutinos 

Em cânticos maviosos, 

Nas arvores frondosas 

Onde outrora cantavam 

As cigarras noturnas 

De Olegário Mariano. 

Vou alcançar as estrelas 

Que diziam versos 

Para Olavo Bilac 

Em sua imaginação gloriosa,

 Enquanto amava a mais linda das mulheres. 

Vou refugiar -me 

Nas palmeiras 

Compridas, 

No pouso das sabias

 De Gonçalves Dias, 

Porque “as aves que aqui gorjeiam, 

Não gorjeiam como lá”. 

Vou esquecer da dor do mundo 

E da simbiose , 

Da hemoptise 

Sofrida dia a dia 

Por Augusto dos Anjos 

E voar como o condor 

Que adeja o espaço infinito, 

Que não conhece o limite 

Contido na imaginação 

De Victor Hugo 

Ou no condoreirismo 

De Castro Alves. 

Vou quedar -me silente, 

Inerte e inerme, 

Na poltrona de Schopenhauer 

Para não dizer mais nada.


 07.12.2010.


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