domingo, 28 de março de 2010

REEDITANDO O INCONCEBÍVEL CASO ISABELLA NARDONI.

Era apenas uma criança inocente com a tenra idade de cinco anos, nascida da conjunção carnal de dois jovens que se enamoraram e se desajustaram. Separados os pais, adotou-se o que há de mais moderno na concepção de guarda de filhos de pais separados: “Guarda Compartilhada”.
A pequena Isabella na sua inocência somente queria viver e brincar, até que a fatalidade a alcançou com a intolerância, a maldade, o ódio e o instinto criminoso urdido por genes degenerados transmitidos a hediondos seres humanos.
Surgiram na mídia nacional os Nardonis e uma Megera chamada Ana Carolina.
Brutalmente o pai de Isabella a agride de forma covarde conjuntamente com a madrasta, que a enforca com as mãos, a sufoca e a imaginando morta, para ocultar o crime – o infanticida, arremessa a pequena do sexto andar do prédio de uma altura de vinte metros, onde moravam, simulando uma situação de homicídio cometido por terceiros. - Frios, covardes, monstros.
A polícia que sempre se mostrou em vários episódios – autoritária, incompetente, violenta, corrupta, de repente se mostra capaz dando-nos uma verdadeira aula de técnica investigatória e pericial, trazendo à público resultados surpreendentes: – a madrasta e o pai de Isabella – Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni espancaram-na até a morte. Crime caracterizado como – homicídio doloso (com intenção de matar) triplamente qualificado – motivo fútil, de modo cruel, com a impossibilidade de defesa do ofendido, - previsto no art. 121, § 2º, incisos I, III e IV, do Código Penal Brasileiro, com outro agravante – contra menor de idade – criança –art. 263 do Estatuto da Criança e do Adolescente, com pena prevista de reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos, com aumento de um terço, previsto no § 4º do art. 121 do CPB.

Admitindo-se a denúncia, o processo e o julgamento pelo Tribunal do Júri, com a condenação, teremos que a lei brasileira limita o cumprimento da pena a 20 anos e após decorridos 1/3, com bom comportamento, se livram soltos os criminosos.

Isabella foi condenada à pena máxima - morte por duas personalidades deformadas, “filhinhos de papai”, sendo o monstro maior - filho de um “advogado” Tributarista, que nos parece vinculado à Globo que promove por todos os meios a defesa dos assassinos, numa tentativa de desqualificar a perícia e inventar uma “verdade” segundo as suas mentiras e conveniências. - “Goebbels”.

A imprensa nacional, com exceção da TV Globo, divulga todos os fatos deixando induvidosa a autoria do crime. Entra outro Canal de televisão – Rede TV e sadicamente passa a entrevistar os pais dos criminosos, em dias e horários diferentes, permitindo-lhes a farsa de ali defenderem o indefensável, tentando ludibriar a opinião pública. Dizem – liberdade de imprensa. Formadores de opinião deveriam ter mais respeito e dignidade na condução de divulgação de fatos chocantes. Mas não. Preferem a audiência mesmo subestimando a mínima inteligência humana.

A Polícia é conclusiva com robusta prova: – são os responsáveis pelo assassinato – Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni.

A Revista ISTO É, traz a manchete – ISABELLA 5 ANOS – A história da inacreditável morte que comoveu o País.

A Revista VEJA – Para a Polícia, não há mais dúvida sobre a morte de Isabella: FORAM ELES – e exibem os rostos dos dois monstros.

Na minha experiência de advogado com mais de trinta anos na militância, pude analisar desde o começo – “espancaram a menina inclusive no carro, asfixiaram-na e acreditando que estivesse morta, simularam a situação de que teria deixado Isabella no quarto e alguém entrou no apartamento e a jogou do sexto andar. – E esta foi posteriormente a História inventada por uma mente assassina sustentada por um pai – Antônio Nardoni, que sempre alimentou uma família de parasitas, começando pelo Alexandre. Criminosos também – o Antonio e a irmã de Alexandre – Cristiane – que alteraram a cena do crime com a intenção de ocultar os verdadeiros assassinos de Isabella”.
Jamais assisti a tamanha barbárie. E agora vem a Rede Globo de Televisão promovendo não se sabe a que preço a defesa dos Nardonis, tentando inocentar o casal, com entrevistas fantasiosas, com mercenários profissionais, insistindo em contrariar todas as evidencias que levam a uma só conclusão: – Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni – MATARAM ISABELLA.

Confesso que tenho sofrido uma dor imensa que dilacera todo o meu entendimento sobre o Ser, me deixa impotente e sem esperanças sobre os destinos deste caso criminoso que abalou todo o País.

De um lado – preciso acreditar na Justiça dos homens.

Do outro - se encontra a Rede Globo, que por divergências financeiras e ideológicas com o Grupo Abril, contradita as suas reportagens e tenta convencer a todos que são inocentes dois criminosos hediondos, se contrapondo a argumentos lógicos, por interesses escusos. Já não bastam as aulas diárias de maldades e degradações do ser humano que são dadas através de suas novelas, onde não existe família e princípios morais. O enredo é conhecido – uma pobre coitada e um mundo de gente que articula todo tipo de crime. No final o vilão vai para o manicômio, é preso, foge para uma ilha com milhões ou alguém o mata e procuram para o crescimento da audiência televisiva – “quem matou Odete Rotman?”. “Quem matou Salomão Ayala?”.

Na polícia, por incrível que pareça, ainda há esperança.
No MP –Ministério Público, incansável Instituição que honra a todos nós, a tenacidade e a honradez.
Na Justiça uma eterna interrogação. (?)

Estamos perdidos?

Feira de Santana, 03 de maio de 2008.

Com a palavra agora o Tribunal do Júri instalado em São Paulo e que todos assistem estarrecidos acreditando que ainda poderá existir Justiça. É tempo de reformar o velho Código Penal, estabelecendo novas penalidades incluindo a prisão perpétua e q uiça a pena de morte em nosso país. E ainda tem Juiz indignado com certo tipo de cárcere adotado para animais humanos.
Nova manchete da ISTO É – “O JULGAMENTO DOS NARDONI”.
Como diria o poeta Carlos Drumont de Andrade – “E agora José?”.
Em 25 de março de 2010.

Milton Pereira de Britto – é Advogado, Escritor, Poeta, Membro da AFL e do IHGFS. (Assume total responsabilidade pela matéria).

domingo, 14 de março de 2010

CRONICIDADE

Seu nome era Maria.Não era a mãe de Jesus, nem Madalena, aquela a quem se atribui ser a amante do messias. Era uma pessoa do povo, como tantas outras.Morava num lugar ermo, numa casa de chão batido, no meio do mundo, em terra absolutamente árida, onde em se plantando nada dá. Tinha apenas dois dentes frontais na boca seminua, preparada para o alimento composto de mingau e farinha seca, intercalado, e algumas vezes banana amassada. Feliz da vida, pois recebia uma cesta básica fornecida pelo governo federal, denominada “bolsa família”. Havia um Posto de Saúde há vinte quilômetros de sua localidade, que raramente aparecia um médico ou enfermeira, com visitas programadas para os dias de feira livre na sede do Distrito, em dia de sábado. Os dois dentes que sobraram na boca de Maria eram os únicos que não tinham cárie e por isto preservavam.Sofria de diabete, cálculo renal e pressão alta, além da arritmia que lhe acompanhava. Com tudo isto, era feliz, porque não lhe permitiram raciocinar como gente, ter instrução como civilizada. Era conveniente para os governantes, que se interessam por zumbis, que são mais fáceis de controlar para se manterem no poder “mamando nas tetas da mãe República. Na casa má acabada, terminara de colocar piso de cerâmica de terceira, doação de um candidato a Vereador. Uma antena parabólica ladeava a sua residência, até porque a Companhia de Energia Elétrica que patrocinara a campanha do Governador, ganhou a concorrência para a instalação do Programa “Luz para todos”. Ali focalizavam os canais de televisão com prioridade para a Rede que mantinha um acordo financeiro com o governo, controlada pelo truste estrangeiro que monopoliza a economia mundial, escraviza os alienígenas, tomando as suas riquezas e mantendo governantes segundo os seus interesses. Pois bem! Maria era feliz com os cachorros magros da sua terra inóspita, com os poucos dentes que lhe restaram, que não lhe faziam falta porque não tinha mesmo o que mastigar, ria, contava estórias, relatando que a sua sobrinha foi vítima de um marido alcoólatra que lhe desferiu um soco no olho esquerdo, partindo a sua sobrancelha que sangrava sem parar, sujando-lhe a veste, e, em outra ocasião fugindo do beberrão se escondeu embaixo da cama de uma tia e de lá foi arrastada como um pedaço de carne para ser batida como se amacia o bife que vai ser servido na casa do Barão. Maria contava e ria, achava graça de tudo.Semi-surda voltou Maria para a sua televisão, sentada no seu sofá coberto com um lençol já roto e desbotado. Ali era o seu mundo ao vivo e a cores.



MORAL:

MELHOR SE GOVERNA - O CEGO, QUE NÃO VÊ! - O SURDO, QUE NÃO OUVE! – O MUDO, QUE NÃO FALA.

Feira de Santana, 09 de novembro de 2007. – Em uma manhã de inspiração.


AUTOR – MILTON PEREIRA DE BRITTO.