quinta-feira, 14 de março de 2013

NÃO QUERO CRER

. Não quero crer que a impunidade está a campear, pela inércia do judiciário, e que os princípios morais, se degradaram tanto, que a família, não os reconhece como norma de conduta; não quero crer que a vocação, deu lugar ao comodismo do emprego público, sem a responsabilidade do servir, e que o autoritarismo, substituiu o princípio da autoridade, estabelecendo-se o autoritariocracismo, nas mãos dos poderosos, dominados pela corrupção, pelos vaidosos e descompromissados, com a norma jurídica, como regra de conduta, para o aperfeiçoamento do homem; não quero crer que a degeneração dos costumes, tornou-se a realidade da maioria do ser e que cada um de nós tem um preço, para os nossos atos, vilipendiados pelo materialismo voraz, que visa a aquisição de bens de consumo, exageradamente; não quero crer que homens e mulheres, cheios de vaidades, togados para servir, tornam os seus semelhantes submissos e humilhados, como se estivessem acima do bem e do mal; não quero crer que seres humanos vivem enjaulados, porque foram urdidos pela fome, pela miséria, pelo abandono, pelo analfabetismo, pela torpeza dos egoístas, que se enjaulam em condomínios de luxo, semideuses desumanos, espalhados em templários, mitômanos que se sentem perdoados, sem escrúpulos e sem clemência, a condenar incautos desprotegidos; não quero crer que a força se sobrepôs à razão, e que o amor passeia pelo mercantilismo de aventureiros, e que homens e mulheres, não constituem a célula “mater” que é a família, bem estruturada, plena de respeito ao próximo, cujo princípio maior é a harmonia; não quero crer que a omissão e o despreparo do ser humano, foi ainda mais degradado e aviltado, pela corrupção e pelos conchavos das confrarias herméticas, protetoras de canalhas e vendilhões, da própria alma; não quero crer que somos enganados, todos os dias, por falsos profetas e que a honestidade é uma exceção; não quero crer que os homens de bem, possam sentir vergonha, de serem honestos, em consonância com a máxima ruibarbosiana; não quero crer que o Parlamento seja o albergue dos mensaleiros e detratores inescrupulosos, protegidos sob o manto da excrescência constitucional da imunidade parlamentar, que permite a impunidade a criminosos, que não usam o vernáculo, para propalar e sim para pronunciar impropérios, votando matérias conforme o preço. Não! NÃO QUERO CRER. Feira, 11 de março de 2013. Milton Britto.