sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


Em março de 1989, convidado pelo então Prefeito Colbert Martins da Silva, de quem fui o coordenador programático da campanha para a sua eleição, fui nomeado Chefe de Gabinete, permanecendo até junho do mesmo ano, quando fui nomeado Secretário Especial – Chefe do Serviço Jurídico do Município, assumindo a Procuradoria Geral tendo como subordinados 22 Procuradores, dividindo o serviço e criando a Assistência Jurídica para os necessitados – com a denominação de “Defensoria Municipal”.

domingo, 20 de dezembro de 2009

CAPÍTULO VII




Em 1987 com a vitória de Waldir Pires para o governo da Bahia, em conseqüência do nosso trabalho político, pela nossa experiência profissional, pela idoneidade, fui indicado e nomeado Diretor de Promoções do CIS – Centro Industrial do Subaé, com sede na Av. Senhor dos Passos, colaborando para a instalação de muitas indústrias no pólo, incluindo a sede do Corpo de Bombeiros.Embora tivesse grande importância a existência e a permanência do CIS em nosso município, o Governador Waldir tentou extinguir o Órgão, não conseguindo graças a uma campanha por mim encabeçada, indo denunciar o fato nas emissoras de rádio e televisão de Salvador, imprensa falada e escrita, até mesmo porque a intenção do governante era extinguir também a rede de TV do Estado, o CIA –Centro Industrial de Aratu e outros órgãos, para diminuir as despesas do setor público.

domingo, 6 de dezembro de 2009

CAPÍTULO VI - A VOLTA PARA FEIRA DE SANTANA


Ao retornar para Feira de Santana, no início de 1981 fui convidado pelo então Prefeito Colbert Martins da Silva, para assumir o cargo de Procurador Jurídico do Município, aceitei e fui nomeado, filiando-me ao PMDB, Partido Político que aglutinava todos os demais Partidos de esquerda e que combatia o capitalismo selvagem e o imperialismo no Brasil representado pela ditadura militar iniciada em abril de 1964. Instalei o meu Escritório de Advocacia na Av. Senhor dos Passos, no Edifício Paulo de Almeida Cordeiro, um dos mais importantes da cidade na época. Dividia o trabalho com a minha filha Magdail, a primogênita, que me assessorava como secretária, e na formação dos processos, na distribuição, acompanhando-me sempre.
Sou-lhe muito grato.


Em 1983, eleito prefeito José Falcão da Silva, tentou cooptar-me para o seu partido – PDS futuro PFL, partido que era apoiado naquela época pela ditadura, condicionando a minha filiação ou a exoneração do cargo de Procurador. Com a minha recusa, afirmando fidelidade ao PMDB e aos líderes Colbert e Chico Pinto, fui sumariamente exonerado meramente por questões políticas. Poderia ter sido beneficiado pela Lei de Anistia, com a minha reintegração ao cargo, com direito a uma indenização, (negaram-me por interesses escusos, sem explicação, embora tenham concedido aos seus aliados, os governos que se seguiram de 1993 a 2007), mesmo peticionando ao Município no Governo de José Ronaldo de Carvalho, por entendimento equivocado do Procurador Geral que manipulava os processos segundo os seus interesses, abrigado numa Procuradoria excrescente em termos jurídicos, e voltei para o meu escritório de advocacia com a mesma dignidade que sempre tive, principalmente na área administrativa pública, eleitoral, e fui vencendo. No PMDB fui membro do Diretório e da Executiva, coordenando campanhas políticas para governo do Estado e para o Município. Ajudei na ocupação e regularização do Conjunto George Américo, Feira X e Feira IX, sendo o advogado de 1300 mutuários neste, postulando os seus direitos como comprovam vastas reportagens difundidas pela imprensa local e que serviu de trampolim político para um estagiário que não seguiu neste particular, as minhas regras.

domingo, 22 de novembro de 2009

CAPÍTULO V




RIO DE JANEIRO – IDA E VOLTA.

Saí de Feira de Santana no início de abril de 1961 para uma tournée no Sul da Bahia, com apresentações em Ubatã, Ipiau e Itabuna, todas nos cinemas locais.Em Feira deixava seis namoradas, uma noiva em Ubatã e outra em Ipiau. Levava comigo alguns músicos, sendo que me acompanharam para o Rio de Janeiro – Silvio Moreno (violonista) e Carlos Santiago (cantor). Ficamos hospedados na casa de um irmão de Carlos no distante bairro de Padre Miguel, por aproximadamente 15 dias. Eu vivi toda situação já relatada, com intensa atividade artística.Carlos não conseguiu o seu intento e foi trabalhar em uma oficina como lanterneiro, morrendo anos depois. Silvio foi para São Paulo depois de longa temporada no Rio, casando-se com uma cantora, teve filhos e reside por lá.Eu voltei para a Bahia em 1969 tentando um recomeço, casando com uma mineira que trouxe do Rio, deixando por lá uma companheira e uma noiva, pagando caro pela irresponsabilidade e a ingratidão, embora pelas circunstâncias, de ter sido forçado a abandonar a vida artística que era o meu maior objetivo pelo dom recebido de ter uma voz privilegiada para ser o maior cantor do Brasil. Frustrado em empreendimentos que tentei na “boa terra” (Salvador), volto para o Rio ainda no final de 1969, aí permanecendo até o ano de 1973, morando no bairro de Santa Tereza. Marivone morreu, mas “o espetáculo” tinha que continuar. A noiva que tinha ido de Feira para o Rio na esperança de um casamento sofreu a dor da traição, teve que começar tudo de novo, incluindo novo emprego em Salvador-Bahia e foi feliz à sua maneira, se reorganizou, embora nunca tenha se casado.Eu casei sete vezes para acertar na última, 25 anos depois. Paguei caro pelas minhas irresponsabilidades.Em 1973 fui para Belo Horizonte e fui aprovado duplamente em vestibular de Direito – na UCMG – UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS e FADOM – FACULDADE DE DIREITO DO OESTE DE MINAS, onde estudei até a 5ª série, interrompida por constantes viagens para Brasília por um ano, que perturbaram e adiaram a conclusão dos estudos jurídicos. Bacharelei-me em direito pela Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna, após desentendimento com o Superintendente Acadêmico da UCSA sobrinho de Mons.Veiga, depois de aprovada a minha transferência para esta unidade de ensino. Recebi o diploma em abril de 1981, com sete anos e quatro meses de estudo. Acrescentando ao curriculum Direito Agrário e Previdenciário.

MARIA


Minh’alma é rosa que geada esfria...
Dá-lhe em teus seios um asilo brando...
Leva-me! Leva-me, ó gentil Maria!...

(Castro Alves)

Maria
frô brejêra
frô sôdade
frô Maria.



Maria
se eu te pego
eu me dano todo...
eu nem sei Maria
que diabo é que eu fazia!?

Eu te beijava!
eu te abraçava!
eu te mordia!...
eu te cheirava!
eu te amassava!
eu te sentia!...

No fim, eu te tomava,
eu te bebia,
pra que tu fosse minha ...
ó frô das frores bela ...
a frô que é tu Maria.


Rio de Janeiro. 11.11.64

domingo, 1 de novembro de 2009

Milton Brito no Programa Clube das Garotas acompanhando ao violão Nelson Ned


VIDA VIVIDA - continuação.

Participei da inauguração da TV Globo, sendo um artista sempre freqüente na festa de final de ano do Jornal O Globo (antes da inauguração da TV), desde o ano de 1963, indo com Sarita para esta emissora em 1965 com o Programa Clube das Garotas. Estive na Rádio Tupy com Jair Amorim cantando com o Regional de Canhoto com a participação de Dino Sete Cordas e Chiquinho do Acordeom.
São meus novos amigos – a Cantora Linda Batista e o Cantor Jairo Aguiar com quem excursionei para o estado da Bahia, Adilson Ramos, os componentes dos Goldens Boys - Renato, Roberto, Ronaldo e Valdir, Trio Esperança com Evinha, Mario e Regina (eram todos da mesma família, irmãos, sendo que Valdir era primo) realizando com estes vários shows em rádios e clubes, incluindo no grupo Roberto Carlos que muitas vezes se apresentou sem ganhar o cachê, enquanto eu percebia CR$ 5.000,00 por apresentação como aconteceu no Clube da Tijuca, num Show promovido por um programador e diretor da Rádio Carioca.

Quando da temporada na Boate Plaza, às quartas-feiras no Clube do Disco e quintas-feiras no Clube do Cinema, sob o comando de Oliveira Filho – radialista famoso, Jorge Bem (atual Jorge Bejor) iniciava a sua carreira artística e ficava pedindo uma “canja”, ou seja, pedia para deixá-lo cantar, sem ter o aval da maioria. Ali fui ovacionado como grande cantor e violonista. Sempre presente Wilsa Carla, (vedete famosíssima), a elite e o mundo artístico.
Na Boate Michel tendo como anfitriã Madame Mimi, dona da Boate, mulher de valor inigualável, eu era o cantor oficial, e fui contratado, por três anos, com freqüência de intelectuais, jornalistas, compositores, cantores, ministros e políticos principalmente ligados a João Goulart. Em 1967 a ditadura fechou o Michel, tendo como real motivo a freqüência de pessoas contrárias ao regime militar. Quebraram toda a instalação a picaretas e machados, num ato de vandalismo sem precedentes. Madame Mimi recolheu-se em sua residência no Leblon, abandonando a vida noturna como profissional proprietária de casa de Show, e eu conseguindo salvar meu violão que foi levado pelos vândalos, continuei cumprindo o contrato com o Le Rond Point que teve a freqüência vigiada e diminuída, fazendo com que eu atendesse ao convite do Restaurante Cabana em Ipanema, na Praça Nossa Senhora da Paz, sendo contratado como cantor e violonista, junto com um cantor espanhol, sendo que a sócia da casa noturna (espanhola) também cantava. Freqüentava o local em início de carreira Maria Betania, Rosa Passos (que namorava Fabrício e que eu desejava como amiga e como amante), Mário Prioli, este, sócio de um boliche que ficava ao lado da igreja Nossa Senhora da Paz e que mais tarde construiria a casa de espetáculos “Canecão”, figura simpática de muitas noitadas em companhia de mulheres lindas, com a sua invenção de fazer cascatas com champanhes escorrendo pelas taças colocadas uma em cima da outra formando uma torre.
Sentindo as mudanças na cultura do país, com a influência da música americana, principalmente do rock e com o crescimento do movimento da bossa nova, cujos estilos estavam divorciados do meu gosto musical, retomei os estudos com certa exclusividade, cursando filosofia, línguas latinas, especialmente o francês, italiano e espanhol, além de latim e grego, fundando um curso de madureza na Rua do Catete, no bairro do Flamengo com o amigo e colega de faculdade – Cludelson Pessoa do Amaral, cidadão de inteligência privilegiada, com quem dividi a profissão de professor, lecionando na Paróquia da Glória, inglês (ele) e francês (eu), enquanto que no cursinho preparatório, além das matérias básicas para exame de madureza para o 1º e 2º grau, ministrávamos aulas de taquigrafia do método Leite Alves. Nesta época, no ano de 1968, elementos do DOPS e do SNI, Órgãos da repressão ditatorial, invadiram o Salão Paroquial, conduzindo a maioria dos professores, incluindo o Pároco e alguns alunos, para o Campo do Botafogo, em General Severiano, atribuindo a todos a pecha de comunistas, escapando ilesos, por sorte, eu e Amaral, porque nos encontrávamos no Cursinho de Madureza, sendo avisados da ocorrência, oportunizando as nossas fugas, para não sermos presos. Os materiais fotográficos, jornalísticos, fonográficos e de publicidade, da minha vida artística, assim como, a rica biblioteca de raros exemplares, tudo se perdeu, ficaram no apartamento da Rua Ferreira Viana, em virtude da minha mudança brusca de endereço. Quando retornei, para tentar recompor o rumo de minha vida, a mulher com quem eu vivi durante oito anos – Marivone da Rosa Medina, havia morrido de cirrose hepática por ingestão excessiva de bebida alcoólica, levada pela solidão e pelas decepções que a vida lhe impôs.
Nesta época o regime militar, com sua censura implacável, fechou a Rádio Mayrink Veiga, Rádio Nacional, TV Continental, eliminando a possibilidade de meu reencontro com a televisão, interferindo no setor de comunicação, na vida cultural e artística do país, principalmente no Rio de Janeiro.
Aquele que iniciou a sua carreira artística no Rio cantando no Dancing Avenida, levado pelo cantor Jamelão em abril de 1961, (onde a crooner era Alaíde Costa), encerrava definitivamente a atividade profissional de músico e cantor, ali, no ano de 1969.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

VIDA VIVIDA - CAPÍTULO IV


Em 1963 sou contratado pela Boate Michel e pelo Restaurante Le Rond Point, casas noturnas das mais destacadas do Rio de Janeiro, localizadas na Rua Fernando Mendes em Copacabana, (tansversal da Av. N. S. de Copacabana com Av. Atlântica) tornando-me amigo de Altemar Dutra, Silvio Cezar e Roberto Nascimento, com quem passo a dividir as noites de boemia, cantando na madrugada até o dia amanhecer. Nesta oportunidade conheço pessoalmente Antonio Maria (jornalista e compositor), Ivon Cury, João de Barro – (Braguinha), Fernando Lobo, Lupicinio Rodrigues, Luis Reis, Ibraim Suede (Colunista Social de maior destaque no país), Silvinha Teles, Helena de Lima, Elizete Cardoso, Evaldo Gouveia, Mariza Gata Mansa (amiga) de muita saudade, Augusto Cezar Vanutti, Agostinho dos Santos, Catulo de Paula, Rildo Hora (violonista e gaitista de primeira linha), Luis Antonio, Luis Reis, Luizinho Eça, Mielle, dentre tantos cantores, compositores, políticos, diplomatas, escritores, poetas como Augusto Frederico Schmidt, (Augusto Frederico Schmidt (18/04/1906 - 8/02/1965). Poeta, editor, empresário, nascido no Rio de Janeiro) (participei de lançamentos de alguns de seus livros); Ministro Armando Falcão, (cantei no aniversário de 15 anos de sua filha), Doutel de Andrade (líder político do grupo de João Goulart – Presidente da República, cassado pela ditadura de 1º de abril de 1964); artistas e jornalistas dos mais famosos, como Sergio Porto, Fernando Lobo, Paulo Francis e Sergio Cabral, freqüentadores assíduos do Michel, como foi Antonio Maria que morreu de enfarte na porta do Rond Point.
Na Tv Continental acompanhei ao violão – Caubi Peixoto, Agnaldo Timoteo (de quem fui amigo durante alguns anos), Nelson Ned, Rosemeire, Joelma, Carlos Alberto, Silvinho, Rosita Gonzalez, Hebe Camargo, João Roberto Kelly (pianista e compositor) e muitos outros. Como cantor apresentava-me toda quarta-feira, durante aproximadamente três anos, sempre ao lado de Sarita Campos, dividindo o espaço algumas vezes com Hebe Camargo e Iara Franco.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

VIDA VIVIDA


CAPÍTULO III - Continuação.


Após 15 dias de permanência na casa de um irmão de Carlos Santiago, amigo que levei para o Rio, fui morar na Pensão Tip Top na Praça Tiradentes, (onde também moravam Wilson Gray – ator do cinema nacional dos mais requisitados e Zé Gonzaga, irmão de Luis Gonzaga – O Rei do Baião), local de muitos Teatros e Ponto dos Músicos e dos Artistas. Para conseguir recursos financeiros para pagar a pensão fui trabalhar na Exposição Carioca – Grande Magazine, com endereço no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro, por indicação de meu amigo Edson Lopes (de saudosa lembrança) que trabalhava na Exposição Modas, loja do mesmo grupo, permanecendo durante 20 dias, quando consegui um contrato como cantor na Boate Claudiu´s Bar, na Galeria Ritz, levado pelo amigo Fernando Simões. Ali trabalhei durante dois anos, servindo de base para conhecer o mundo artístico da época, mantendo contato com Wilson Simonal, Nora Ney, Arlindo Borges (violonista de Nelson Gonçalves por um bom tempo) e Raimundo Evandro, estes últimos ex-componentes do Conjunto “Vocalistas Tropicais”, de muito sucesso, inclusive com a música carnavalesca – “Tomara que Chova”. Cantei em várias boates da zona sul e praticamente em todas as emissoras de Rádio e Televisão do então Estado da Guanabara.Passei a residir na Av.Nossa Senhora de Copacabana, num apartamento de primeiro andar, depois num apartamento do Edifício da Galeria Ritz, morando com Vilma, minha segunda companheira de vida conjugal. Inscrevo-me na Ordem dos Músicos do Brasil e recebo a Carteira Profissional. Conheço Carlos Imperial que me procura para gravar músicas de sua autoria, não sendo possível pela incompatibilidade de gênero, contudo tornamo-nos amigos e através dele conheço Roberto Carlos, Erasmo Carlos (em início de carreira), Oliveira Filho (radialista com programa na Rádio Guanabara) e outras pessoas do rádio, possibilitando-me várias apresentações e shows, na Rádio Guanabara, Carioca, Vera Cruz, Rio de Janeiro, Mundial, Eldorado, Globo, Nacional, e na Boate Plaza participando do Clube do Disco, dos Artístas e do Clube do Cinema, quando Jorge Ben pedia para que permitissem uma apresentação sua, o que ocorria todo dia de quarta e quinta-feira. Conheço Haroldo Eiras, através de Cunha – amigo de Marivone, que me apresenta Humberto Garin (uruguaio e cantor de samba, da Boate Drinks de Djalma Ferreira, no Leme), que me apresenta a Rildo Hora, que me leva para a Produtora de discos Pawal, sendo convidado para um teste nos estúdios da Gravadora Columbia sob o comando do Maestro Nelsinho que gravava com a Orquestra “Românticos de Cuba”, e onde em início de carreira gravava Roberto Carlos. Gravo dois discos 78 RPM e um Compacto Duplo na RCA VICTOR e passo a me apresentar em todas as emissoras de rádio e televisão do Rio de Janeiro, a exemplo da Rádio Nacional nos Programas de Cezar de Alencar, Paulo Gracindo e Manoel Barcelos; Rádio Carioca, Eldorado, Globo - programa de Sarita Campos, Chacrinha, Haroldo de Andrade, Luis de Carvalho; Mundial, Tamoio, Tupy - programa de Jair Amorim; Rio de Janeiro, Guanabara - programa de Oliveira Filho; Vera Cruz - programa de Willian Duba, dentre outras. Sou convidado por Sarita Campos na Tv Continental para participar como cantor e violonista oficial do Programa “De Braços Abertos” no horário do Clube das Garotas do Brasil e sou consagrado como o Cantor Oficial do Clube, que em 1965 passa para a TV Globo.

VIDA VIVIDA

CAPÍTULO III


Noite de Serenata-Feira-Ba. 1960.




No mesmo período, apresento-me como cantor na Rádio Sociedade de Feira de Santana, na Rádio Cultura, em Clubes a exemplo do FTC, CAJUEIRO, COMERCIÁRIOS E EUTERPE, com êxito, faço uma excursão pelo sul da Bahia e sigo para o Rio de Janeiro – “Cidade Maravilhosa”, centro artístico e intelectual do país, desembarcando em abril de 1961.










segunda-feira, 21 de setembro de 2009


CAPITULO II


Em 1957, retorno para Feira de Santana, permanecendo até o ano de 1958, alistando-me na Aeronáutica com a pretensão de ser piloto da Força Aérea Brasileira.



COM A FARDA DE S2. - DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA.

Início de 1959, após ter conseguido com o Capitão Comandante da IG um espaço para reunião de uma turma que se propunha ao estudo preparatório para o exame de admissão à Escola de Oficiais em Agulhas Negras, quando cada um dos interessados ministraria aulas de matérias que lhes fossem pertinentes conforme o conhecimento de cada um, enquanto aguardava a oportunidade para o referido exame, fui aprovado para o curso de Cabo Auxiliar de Enfermagem indo para Recife-Pernambuco. Apresento-me na Rádio Jornal do Comércio “falando para o mundo” como se anunciava, cantando com a Orquestra sob o comando de Capiba, maestro e compositor consagrado, autor de inúmeros frevos e da popularíssima – “Maria Betânia”.
O curso é interrompido por problemas nas Forças Armadas, havendo uma ordem do Comando para tal. Retorno a Salvador e por desentendimento com um colega de farda, desleal, aplico-lhe uma surra sendo detido no Quartel por oito dias. Meses depois, por pedir a um tenente no Rancho (refeitório) para repetir a bandeja de comida, sou enquadrado e por abuso de autoridade é decretada a minha prisão, sendo solto por ordem do Sub-Comandante da Base Aérea - Ten. Cel. Aviador Lineu Garcez, com quem eu trabalhava, justamente por entender que não havia motivo para o ato prisional. Desgostoso e desiludido com a carreira militar e como não retornava o curso que fora interrompido, para a sua conclusão, prejudicado no meu objetivo e diante da arbitrariedade, solicitei baixa do serviço, recebendo o aval de vários oficiais superiores. Em 1960, retorno para Feira de Santana, freqüentando a academia de halterofilismo, de Asdrúbal, ensinando Capoeira para alguns amigos, disputo algumas lutas de jiu jitsu, treino Boxe sob a orientação de Raimundo Magalhães ex-campeão brasileiro e sul-americano “peso galo”, egresso da academia Jofre de São Paulo e participo do campeonato baiano de peso médio, vencendo o torneio em Feira de Santana.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

TRECHOS DE VIDA VIVIDA - Capitulo I


No dia 12 de novembro de 1939, numa residência de classe média, na Praça Dr. Milton (nome dado ao logradouro em homenagem a um médico humanista e benemérito da cidade), em Cachoeira, Estado da Bahia, vim ao mundo material, batizado – Milton Pereira de Britto, filho de Magdahil Pereira da Silva e Manoel Justo de Brito, tendo como irmãos – Yolanda e Edson. Decorridos alguns meses, o meu genitor, atendendo ao pedido de um insistente vendedor comprou um bilhete da Loteria Federal, ganhando o primeiro prêmio, retornando para a cidade de Feira de Santana-Ba., de onde saiu no início do ano de 1939, reiniciando uma nova atividade - “negociante de gado”. No dia 10 de outubro de 1945 faleceu Magdahil vítima de doença de chagas, após longo tratamento médico sem proveito. Pouco tempo depois, no dia 14 de dezembro do mesmo ano, meu pai casa-se com uma moça jovem que assume a responsabilidade pela criação e educação de seus filhos. Sem ter uma infância promissora e gratificante para uma criança, aos 11 anos de idade fui mandado para um internato, no Colégio Ipiranga, (antiga residência de Castro Alves) na Ladeira do Sodré, em Salvador-Bahia, no ano de 1952, prestando exame de admissão ao ginásio. Aprovado, a minha madrasta, com o argumento de idade prematura, não permite o meu acesso, o que é feito no ano seguinte, servindo de desestimulo para os estudos, até porque a madrasta não me permitia a aquisição de livros novos, aproveitando a maioria das vezes livros usados adquiridos de filhos de vizinhos.
No internato, por ser um garoto franzino era constantemente alvo de agressões físicas de alunos maiores, o que me estimulou a aprender a Capoeira Regional de Mestre Bimba e Jiu Jitsu (com Valdeck Veloso, ex-aluno de René Bastos e Rabino – dois dos maiores lutadores da Bahia), impondo em pouco tempo muito respeito, até porque quando lutava vencia sempre os mais fortes, o que me valeu o apelido de “Milton Capoeira”. Jogador de futebol emérito fui convidado para treinar no Esporte Clube Ypiranga, da Liga Baiana de Futebol. Iniciei o aprendizado de violão, mesmo porque gostava de cantar e possuía bonita voz, à semelhança de Orlando Silva e Nelson Gonçalves, cantores consagrados.



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SIMPLESMENTE MULHER

SURGIU COMO UMA DEUSA,
TODA DE BRANCO.
PISAVA MACIO
E VINHA EM MINHA DIREÇÃO.
O CORPO ERA COMO SE FOSSE
LAPIDADO POR MICHEL ANGELO
TAMANHA ERA A PERFEIÇÃO
DOS TRAÇOS.
NÃO ERA UM SER ESTÁTICO,
MOVIA-SE COM A LEVEZA
DE QUEM PISA NAS NUVENS
COM O CUIDADO DE NÃO DESFAZÊ-LAS.

DESLUMBRANTE VOLTOU,
SEGUINDO PARA A PORTA DO SALÃO
COMO SE FOSSE UMA VESTAL
GUARDIÃ DO TEMPLO DA BELEZA.

CAMINHANDO PUDE VER
POR SEU VESTIDO BRANCO
AS CURVAS DO SEU CORPO
QUE DELICADAMENTE SE MEXIA
ALUCINANDO HOMENS
QUE IMAGINAVAM A GLÓRIA
DE TÊ-LO POR ALGUNS MINUTOS
EM SEUS BRAÇOS.

NADA MAIS LINDO DO QUE OS CONTORNOS
DE SUAS PERNAS AVELUDADAS,
SUSTENTANDO
O COLOSSAL CORPO DE MULHER
MAIS DO QUE PERFEITA.


FEIRA, 31.03.2009.

domingo, 26 de julho de 2009

NOSCE TE IPSUM

Diógenes, o grego, nascido no século IV antes de Cristo, saiu em seu tempo, nas suas andanças com uma lanterna acesa em plena luz do dia e perguntaram-lhe a razão daquela atitude e ele respondeu, - procuro um homem honesto! Assim seguiu, e foi primeiro à casa de um artesão que esculpia um busto em granito, de grande beleza, reprodução de um nobre Senador, e, reconhecendo o personagem, questionou sobre a perfeição dos traços fisionômicos, que não reproduzia as feições do homenageado com fidelidade. Perguntou-lhe Diógenes: – por que dás beleza física a quem não tem? Por que não retratas com fidelidade? E o Artesão respondeu: - se não faço do feio o belo, corro o risco de ser açoitado, de não ser recompensado pelo meu trabalho e não sobrevivo. Prosseguindo, o filósofo foi à casa de um Armeiro, questionando sobre o seu ofício, este lhe informou: - trabalho para armar a Guarda do Império e o exército que conquista novas terras, expande o seu poder, escraviza outros homens para a força do trabalho. Pelo meu labor adquiro prestígio e dinheiro, mesmo sabendo que a minha arte traz tanto sofrimento para outros da minha espécie. Diante de situações vexatórias, foi Diógenes ao Conselheiro do Imperador, chamado Lucius, homem outrora pobre que se tornara rico graças aos encaminhamentos que fazia para o palácio, favorecendo os mercadores e o governante. Disse Diógenes – estás no Conselho há muitos anos e já serviste a vários governantes. Que fazes para permanecer durante tanto tempo neste cargo? Que conselhos ministras? E o magnânimo, volumoso Serviçal Nobre, respondeu: - Digo o que querem ouvir e não desagrado aos nobres! Favoreço-os com as vantagens do eterno lucrar, freqüento as Confrarias do império, sou por elas reconduzido, torno os Imperadores poderosos, embora alguns tenham fracassado nas suas missões, porque não receberam o beneplácito dos Senadores e dos Conselhos de Contas. Foi então que o filósofo visitou o Oráculo de Delfos e ao entrar, no portal havia uma inscrição – “NOSCE TE IPSUM” – Conhece-te a ti mesmo. Ao ler tão sábia frase, Diógenes saiu andando refletindo com a sua lanterna e já era noite, não encontrava explicações para os atos dos homens e se perguntava das razões do bajulador, dos néscios e dos cortejados que preferiam os elogios de parvos matreiros ao conselho dos Sábios. Absorto em seus pensamentos, não percebeu que seguia em direção ao abismo, precipitando-se das alturas, vindo a falecer, deixando para trás todas as suas dúvidas, cessando a sua busca inútil de encontrar em seu semelhante o honesto. Não pôde Diógenes prever que anos depois um Imperador poderoso pelas suas vitórias em guerras infindas, avisado por um cego que enxergava longe as atitudes dos homens, prevenindo-lhe sobre os perigos dos idos de março, sucumbiria pela traição e pela ambição desmedida dos que almejam o Poder a qualquer custo.

MORAL: QUEM NÃO CONHECE O CAMINHO POR ONDE ANDAR, NÃO SE PERCA PELOS ATALHOS TORTUOSOS QUE ABRIGAM RAPOSAS, LOBOS E GUARAS COM PELE DE CORDEIRO.

Feira, 30.11.2008.

domingo, 12 de julho de 2009

Cronicidade

Seu nome era Maria.Não era a mãe de Jesus, nem Madalena, aquela a quem se atribui ser a amante do messias. Era uma pessoa do povo, como tantas outras.Morava num lugar ermo, numa casa de chão batido, no meio do mundo, em terra absolutamente árida, onde em se plantando nada dá. Tinha apenas dois dentes frontais na boca seminua, preparada para o alimento composto de mingau e farinha seca, intercalado, e algumas vezes banana amassada. Feliz da vida, pois recebia uma cesta básica fornecida pelo governo federal, denominada “bolsa família”. Havia um Posto de Saúde há vinte quilômetros de sua localidade, que raramente aparecia um médico ou enfermeira, com visitas programadas para os dias de feira livre na sede do Distrito, em dia de sábado. Os dois dentes que sobraram na boca de Maria eram os únicos que não tinham cárie e por isto preservavam.Sofria de diabete, cálculo renal e pressão alta, além da arritmia que lhe acompanhava. Com tudo isto, era feliz, porque não lhe permitiram raciocinar como gente, ter instrução como civilizada. Era conveniente para os governantes, que se interessam por zumbis, que são mais fáceis de controlar para se manterem no poder “mamando nas tetas da mãe República. Na casa má acabada, terminara de colocar piso de cerâmica de terceira, doação de um candidato a Vereador. Uma antena parabólica ladeava a sua residência, até porque a Companhia de Energia Elétrica que patrocinara a campanha do Governador, ganhou a concorrência para a instalação do Programa “Luz para todos”. Ali focalizavam os canais de televisão com prioridade para a Rede que mantinha um acordo financeiro com o governo, controlada pelo truste estrangeiro que monopoliza a economia mundial, escraviza os alienígenas, tomando as suas riquezas e mantendo governantes segundo os seus interesses. Pois bem! Maria era feliz com os cachorros magros da sua terra inóspita, com os poucos dentes que lhe restaram, que não lhe faziam falta porque não tinha mesmo o que mastigar, ria, contava estórias, relatando que a sua sobrinha foi vítima de um marido alcoólatra que lhe desferiu um soco no olho esquerdo, partindo a sua sobrancelha que sangrava sem parar, sujando-lhe a veste, e, em outra ocasião fugindo do beberrão se escondeu embaixo da cama de uma tia e de lá foi arrastada como um pedaço de carne para ser batida como se amacia o bife que vai ser servido na casa do Barão. Maria contava e ria, achava graça de tudo.Semi-surda voltou Maria para a sua televisão, sentada no seu sofá coberto com um lençol já roto e desbotado. Ali era o seu mundo ao vivo e a cores.



MORAL:

MELHOR SE GOVERNA - O CEGO, QUE NÃO VÊ! - O SURDO, QUE NÃO OUVE! – O MUDO, QUE NÃO FALA.

Feira de Santana, 09 de novembro de 2007. – Em uma manhã de inspiração.


AUTOR – MILTON PEREIRA DE BRITTO.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu Não Existo Sem Você

"Eu Não Existo Sem Você" é uma composição de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Gravei essa música primeiramente na coletânea "Gelivar Sampaio entre Amigos" lançada em 2006, posteriormente incluí a gravação no cd "Milton Brito - Cantiga de Quem Está Só" lançado no mesmo ano.






Idealismo

Autor:Milton Britto
Livro:Versos Livres



Quisera eu
que tudo
brotasse
na terra
que outrora
não foi
de ninguém.


Quisera
que a fonte
do pranto
secasse
a mágoa
acabasse
e existisse
só bem.

Quisera
que a vida
não fosse
perdida
com tanta fadiga
sem nada
render.
Quisera
que os homens
de idéias
formadas
pr'os campos
dos livros
chegassem
a viver.
Quisera
a irmandade
de todos
os povos
e os fogos
da guerra
não mais
acendessem.
Quisera
a verdade
na causa
que fosse,
no campo
que fosse,
os direitos
vencessem.
Quisera
a maldade
no canto
dantesco,
no inferno
grotesco,
na chama
da morte.
Quisera
o triunfo
de todas
as causas,
as causas
formadas
dos seres
mais cultos.
Quisera
o extermínio
de todos
sofismas
morressem
as cismas,
a fome
e seus vultos.
Quisera
os sibários
já fora
do mundo;
e fosse
infundo
que o ouro
convém.
Quisera
ver findo
o povo
que rindo
acaba
com o povo,
pra mais
viver bem.
Quisera
quem dera
o opróbio
e a guerra
na lama
escondidos,
na chama,
quem dera.
Rio de Janeiro, 1965

terça-feira, 30 de junho de 2009

Um dos Dois

"Um dos Dois" é uma música de Jair Amorim e Evaldo Gouveia que gravei no cd MPB- Milton Ontem e Hoje. O albúm foi lançado em 1999 e gravado no estúdio Sancléa. As fotos do vídeo são da capa deste cd, outras tiradas "ontem e hoje" e uma extraída do jornal do Clube das Garotas, programa da tv Continental e, posteriormente, da tv Globo do qual fui cantor oficial no Rio de Janeiro.

domingo, 28 de junho de 2009

O TEMPO

O TEMPO É CRUEL,
FATÍDICO.
ICONOCLASTA
QUEBRANTOU MINHAS ILUZÕES
E DESTRUIU TODOS OS MEUS ÍDOLOS
DA JUVENTUDE.

O TEMPO É VELOZ,
TEM PRESSA,
NÃO PÁRA.
SEGUE SEM RUMO,
SEM DESTINO,
NÃO VAI A LUGAR NENHUM,
MESMO QUE SEJA CONHECIDO.

O TEMPO É O LIMITE DE TODAS AS COISAS.
GENEROSO - PERMITE A TODOS SUAS ANDANÇAS.
FÚNEBRE – CONDUZE-NOS AO SEPULCRO, SEM LÁGRIMAS.

O TEMPO É O SENHOR DO MUNDO.
ASSISTE A TUDO
E É SILENTE.
ELE NÃO PASSA,
PASSAMOS NÓS.

DA MESOPOTÂMIA
DA ASSÍRIA
DO EGITO,
DA GRÉCIA,
DE ROMA,
AO BRASIL VARONIL
DE TANTAS MISÉRIAS E DESENCONTROS,
PASSAMOS NÓS
COM UM SÓ DESTINO – A MORTE!

O TEMPO É O DESAFIO DE TODAS AS CIENCIAS.
SÓ ELE CONHECE O TEMPO QUE O TEMPO TEM,
O TEMPO QUE O TEMPO FAZ,
DE ONDE ELE VEM
E PARA ONDE ELE VAI.


FEIRA, 07.06.2007.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Incesto da Princesa

Era um menino levado que morava na Rua de Aurora, filho legítimo da Princesa. Como toda criança nascida em ambiente familiar foi amado, cuidado, e teve amigos, namorou, jogou bola, empinou arraia, brincou de picula e algumas vezes defendendo o seu território trocando tapas. Por ter vivido ali naquele logradouro foi cognominado Tasso de Aurora. No mês de janeiro ia para a Praça da Matriz para participar dos festejos de Nossa Senhora Santana e circulando o Coreto paquerava as moças bonitas, freqüentava as quermesses e algumas vezes usando o serviço de Alto-Falante dedicava musicas para as suas pretendentes, onde se ouvia versos cantados pelos cantores da época – “Bate outra vez, com esperanças o meu coração, pois já vai terminando o verão em mim...” (Mestre Cartola). Não descuidou dos estudos, foi persistente, embora não lhe favorecesse a riqueza e se fez médico, dedicado à profissão a assistir os mais desvalidos, o que fazia com uma freqüência incalculável, salvando inúmeras vidas. Um dia, convocado para servir à Nobre Senhora, aceitou e se fez edil, legislou, apoiou e combateu governos, ganhando notoriedade. Tentou o matrimonio com a Princesa e foi preterido. Não desistiu. Foi ao Parlamento em outras plagas, popularizou-se, insistindo com o enlace matrimonial. Agora era combatido pelos múltiplos pretendentes, incluindo a Corte com os seus ministros. Nada impediu que aquele menino humilde que cresceu na combatividade da adversidade fosse em frente. Constataram que não havia resistência que pudesse frenar a pretensão de Tasso de Aurora, agora Cavaleiro destemido. Vendo a grandeza de seu filho a Princesa se encantou concedendo-lhe a oportunidade tão esperada. Vinha de um casamento bem sucedido, mas por norma estabelecida tinha que contrair novas núpcias. Era o destino da nobre senhora, que recebeu o apoio do divorciando e de seus pares, propiciando múltiplos acordos. Veio a época da disputa. Assim era a regra e se apresentaram diversos candidatos. Embates, debates, promessas de bom plantio e rica colheita, todos se propunham ao melhor, ouvindo-se todos os filhos da Princesa que teriam que dar o aval através do sufrágio. Venceu Tasso que de Aurora passou a se chamar “Tasso da Princesa”. Compõe-se um novo governo, com velhos e novos ministros que se empenham na amplitude do Principado, sob o comando daquele que soube com grandeza de espírito conquistar a sua glória de bem servir. Um só compromisso lhe é permitido – promover o bem estar de todos. Que assim seja.
Texto escrito em Maio de 2009 e publicado no jornal Noite e Dia, Feira de Santana, em 26 de Junho de 2009.