quarta-feira, 21 de setembro de 2022

 VERSEJANDO 

Vou caminhar 

Por onde voam os pássaros

E passear em seus gorjeios matutinos 

Em cânticos maviosos, 

Nas arvores frondosas 

Onde outrora cantavam 

As cigarras noturnas 

De Olegário Mariano. 

Vou alcançar as estrelas 

Que diziam versos 

Para Olavo Bilac 

Em sua imaginação gloriosa,

 Enquanto amava a mais linda das mulheres. 

Vou refugiar -me 

Nas palmeiras 

Compridas, 

No pouso das sabias

 De Gonçalves Dias, 

Porque “as aves que aqui gorjeiam, 

Não gorjeiam como lá”. 

Vou esquecer da dor do mundo 

E da simbiose , 

Da hemoptise 

Sofrida dia a dia 

Por Augusto dos Anjos 

E voar como o condor 

Que adeja o espaço infinito, 

Que não conhece o limite 

Contido na imaginação 

De Victor Hugo 

Ou no condoreirismo 

De Castro Alves. 

Vou quedar -me silente, 

Inerte e inerme, 

Na poltrona de Schopenhauer 

Para não dizer mais nada.


 07.12.2010.


segunda-feira, 12 de setembro de 2022

 

ANDANÇAS DA JUVENTUDE

                           

Aos dezessete anos

Eu amava Joanita

E fazia sexo com Nazinha.

 

Aos dezoito anos

Eu amava Lúcia

E tinha saudades de Nilza

Minha primeira namorada

Que antecedeu aquela morena linda

Da Avenida Senhor dos Passos

Cujo nome não guardo na memória.

 

Aos dezenove anos

Eu amava Zulenice

A programista.

 

Aos vinte anos

Eu me apaixonava por Lúcia

Deslumbre e ansiedade da minha juventude.

 

Ainda aos vinte anos eu amava Linda

A musa inspiradora, a pura,

A que fez vibrar a minha veia poética,

Musa das minhas serenatas.

 

Aos vinte e um anos

Eu vivi Ana Maria

A meiga, a loira,

E sonhei abraçado

Ao corpo belo e moreno

De Isabel.

 

Ainda aos vinte e um anos

Eu era amante e amava

Em todos os bordéis

Onde tinha chinelo,

Escova e pasta de dente.

 

Aos vinte e dois anos

Eu era o deleite de cem mulheres

E em pleno vigor,

Amava no leito de forma insaciável

A mais linda das mulheres.

 

 

Aos vinte e três anos

Eu amei loucuras

 

E aos vinte e quatro anos

Eu me entreguei aos estudos

Buscando desesperadamente o tempo perdido.

        Feira de Santana, em um dia qualquer do ano de 2008.