sexta-feira, 23 de agosto de 2019

PARODIANDO GIBRAN




Minhas filhas são minhas filhas,
Vindas de mim, das minhas entranhas,
Fruto do meu fruto, de uma árvore milenar,
Que conheço por ouvir dizer
Porque o tempo não nos permite caminhar
Na sua estrada.

Nascidas, crescidas e vivenciadas,
Firmam-se compassadamente.
Engatinham, andam, correm e pensam
Por nós e além de nós,
Ora encontradas, ora desencontradas,
Firmam-se em suas próprias idéias
Herdadas ou deserdadas.

Eu sou o arco e elas as flechas
Arremessadas, que atingirão alvos diferentes,
Porque seguem rumo diverso,
Cada uma numa direção,
Sabendo o ponto de partida
Sem avistar a chegada.
Vindas do ontem
Residem no hoje
Na casa do amanhã
Abrigo de sonhos
Coloridos que o presente
Muitas vezes pinta
Com a tinta do passado
Já esquecido. 


Feira, 2014.


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