Causa-me espécie e
indignação, ter estudado tanto a ciência jurídica e ver os meus pares
praticando a antijuridicidade, a interpretação da conveniência, a aplicação de
normas, segundo os interesses econômicos e financeiros de cada um; Ver mestres
se degradando em atos escusos pelos honorários vis da indignidade, porque a
ética não se aplica aos que se beneficiam da própria torpeza; Causa-me
indignação ter estudado tanto a filosofia dos homens que buscam tantas
explicações para as suas razões e entendimentos da sua própria essência e, não
admitindo o seu estado de ignorância, cultua o não saber, perdendo-se nas
elucubrações do nada, associados aos que pregam a existência do não ser e a
subordinação mitológica do medo; Causa-me intolerância a farsa, a traição, a
falta de patriotismo, o desapego aos princípios morais, a ausência de
razoabilidade para a compreensão, a negação das leis universais e dos homens,
por ser mais fácil a acomodação dos covardes e a usurpação da consciência pelos
manipuladores de plantão; Afronta a minha inteligência a união dos meus semelhantes
para vilipendiar a consciência dos lacaios e tacanhos, retrógrados e
imbecilizados, estimulando-se a inércia do saber, porque mais prospera a
sociedade repleta de marionetes e zumbis, anestesiados pela lavagem cerebral,
globalizada, para atender aos interesses imperialistas dos que nos colonizam;
Causa-me espécie e indignação, a instalação da iniqüidade, da exploração do ser
pelo ser, enaltecendo a ordem dos incultos e a irresponsabilidade dos que se
dizem justos; Causa-me indignação a apologia dos indignos que fingem não
entender as suas próprias indignidades através das quais se locupletam e se
degeneram. Envergonha-me a prosperidade da ilicitude e o silêncio conivente dos
poderosos; Enoja-me ter que pisar na lama podre das ruas e avenidas das mentiras
estruturadas; E, causa-me tristeza não ter forças suficientes para mudar tudo,
mentes, conceitos, filosofia e a essência humana em benefício do próprio ser
evoluído ou em evolução.
Causa-me espécie e
indignação.
Em um dia qualquer do ano de
2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário