terça-feira, 3 de outubro de 2017
PUBLICAÇÃO DOS MEUS LIVROS E CDs
Poeta desde o ano de 1952. Sai da gaveta para a edição de livro em 1989, embora tenha publicado diversos Poemas em Jornais e Revistas, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e na União Soviética, além de vasta distribuição de Poesias no Largo do Machado, quando lecionava na Paróquia da Glória, como ato revolucionário contra a ditadura militar de 64.
Abaixo, uma das Poesias:
Eis-me aqui, oh Deus!
Inerte, sem a movimentação
Comum dos homens;
Sem um pensamento nobre,
Para consolar os duvidosos
E os sofridos como eu.
Sem uma palavra de fé
Que possa ratificar
A crença dos idólatras.
Sem um olhar, porque não percebo...
Sem amor, porque não o sinto.
Sem concepção alguma
Porque não me foi dado
O direito de pensar
Ou assimilar ainda, coisa alguma.
Eis-me aqui, Senhor,
Em minha inocência
Ainda mal nascida.
Eis-me aqui, privado
Até mesmo das obrigações
Mais Fúteis.
Calado, como por castigo,
Como se tivesse sido eu
O delator de Cristo.
Como se tivesse sido eu
O lançador da bomba de Hiroxima.
Como se fosse eu
A consciência do covarde.
Por que tenho eu que suportar, estático,
Em silêncio, sem voz para a defesa
Dos erros que não cometi?
Por que tenho eu que concordar
Com a morte de minha inteligência
Por nascer, embora cresça e desenvolva
A minha forma física de nada?
E tenho que vos crer, crença do mundo,
Antítese de todas as catátrofes
De que a humanidade gera sem limite
E sem Senhor.
E tenho que sonhar em cada alma,
A vossa imagem pura,
Porque assim determina o velho e o novo
Testamento dos homens.
E TENHO QUE VOS CRER?
1972.
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Poesia em homenagem a minha filha Simone que nasceu e viveu por 13 anos com vida vegetativa. Um grito de dor.
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