"Quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?"
No ano de 63 A.C. Roma não era um Império. Era uma República (Res - Publica = Coisa Pública).
Na República Romana o mais alto cargo que um Senador ou um político podia almejar era o de Cônsul.
Havia uma conspiração contra a Republica e Catilina pretendia liderar.
Neste ano de 63 A.C. um dos dois cônsules eleitos pelo Senado era um homem chamado Marcus Tullius Cicero, que passou à posteridade simplesmente como Cícero, o maior de todos os oradores romanos, e o mais respeitado jurista da República. Foi também grande estadista, filósofo e político.
Ocorre que um nobre cuja família havia empobrecido e perdido a influência chamado Lucius Sergius Catilina ambicionava também o cargo de Cônsul. Para tentar conseguir seus fins, liderou uma conspiração a fim de executar um golpe de estado, para que ele próprio pudesse alcançar o cargo de cônsul. Mas além de corrupto era indiscreto, e sua conspiração logo ficou conhecida de todos.
Cícero então pronunciou no Senado uma série de discursos, as famosas "Catilinárias", denunciando Catilina, e a Primeira Catilinária começa com uma frase famosa:
"Quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?"
"Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?"
Em conseqüência dos discursos de Cícero em defesa da República, Catilina teve de abandonar Roma para nunca mais voltar, exilando-se na Grécia.
O Coronel Hugo Chavez, Presidente da Venezuela, é hábil em criar factóides, a falar leviandades, e desrespeitar homens e instituições.
No dia 11 de Novembro de 2007, em uma reunião com Chefes de Estado de língua Ibérica, o Rei de Espanha não se conteve e disse-lhe: "Calate!"
Seguindo o exemplo do Rei de Espanha, está na hora de nós cidadãos, que pagamos o salário de parlamentares, inclusive de irresponsáveis detratores, lhe dizermos "Calate!"
Quosque tandem, da Silva, abutere patientia nostra?
É preciso parar os criadores de factóides e os próprios.
Em 1972, no Poema Nº 14, já vaticinava o Poeta:
“...Este espectro da vida/este misto de sordidez/e fingimento;/este galanteador das prostitutas;/este lacaio da nobreza espiritual;/este Maria vai com as outras/este foragido da sinceridade;/este cancro da tranqüilidade;/este filho da puta/este Caim do século XX;/este enganador/este canalha;/este que não pensa/faz ofensa;/este que engabela/e mente;/este esgoto do vernáculo;/este festival de frustrações;/este donzelo do respeito ao próximo;/este castrado do amor platônico;/este puto do dia a dia;/É a representação mínima/da gleba ignara/ que vive em meus versos/ o nojo e a tristeza/ do Ser.
O crápula deve ser exilado do povo. REFLITAM!...
Feira de Santana, 23/04/2011.
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