Era apenas uma criança inocente com a tenra idade de cinco anos, nascida da conjunção carnal de dois jovens que se enamoraram e se desajustaram. Separados os pais, adotou-se o que há de mais moderno na concepção de guarda de filhos de pais separados: “Guarda Compartilhada”.
A pequena Isabella na sua inocência somente queria viver e brincar, até que a fatalidade a alcançou com a intolerância, a maldade, o ódio e o instinto criminoso urdido por genes degenerados transmitidos a hediondos seres humanos.
Surgiram na mídia nacional os Nardonis e uma Megera chamada Ana Carolina.
Brutalmente o pai de Isabella a agride de forma covarde conjuntamente com a madrasta, que a enforca com as mãos, a sufoca e a imaginando morta, para ocultar o crime – o infanticida, arremessa a pequena do sexto andar do prédio de uma altura de vinte metros, onde moravam, simulando uma situação de homicídio cometido por terceiros. - Frios, covardes, monstros.
A polícia que sempre se mostrou em vários episódios – autoritária, incompetente, violenta, corrupta, de repente se mostra capaz dando-nos uma verdadeira aula de técnica investigatória e pericial, trazendo à público resultados surpreendentes: – a madrasta e o pai de Isabella – Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni espancaram-na até a morte. Crime caracterizado como – homicídio doloso (com intenção de matar) triplamente qualificado – motivo fútil, de modo cruel, com a impossibilidade de defesa do ofendido, - previsto no art. 121, § 2º, incisos I, III e IV, do Código Penal Brasileiro, com outro agravante – contra menor de idade – criança –art. 263 do Estatuto da Criança e do Adolescente, com pena prevista de reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos, com aumento de um terço, previsto no § 4º do art. 121 do CPB.
Admitindo-se a denúncia, o processo e o julgamento pelo Tribunal do Júri, com a condenação, teremos que a lei brasileira limita o cumprimento da pena a 20 anos e após decorridos 1/3, com bom comportamento, se livram soltos os criminosos.
Isabella foi condenada à pena máxima - morte por duas personalidades deformadas, “filhinhos de papai”, sendo o monstro maior - filho de um “advogado” Tributarista, que nos parece vinculado à Globo que promove por todos os meios a defesa dos assassinos, numa tentativa de desqualificar a perícia e inventar uma “verdade” segundo as suas mentiras e conveniências. - “Goebbels”.
A imprensa nacional, com exceção da TV Globo, divulga todos os fatos deixando induvidosa a autoria do crime. Entra outro Canal de televisão – Rede TV e sadicamente passa a entrevistar os pais dos criminosos, em dias e horários diferentes, permitindo-lhes a farsa de ali defenderem o indefensável, tentando ludibriar a opinião pública. Dizem – liberdade de imprensa. Formadores de opinião deveriam ter mais respeito e dignidade na condução de divulgação de fatos chocantes. Mas não. Preferem a audiência mesmo subestimando a mínima inteligência humana.
A Polícia é conclusiva com robusta prova: – são os responsáveis pelo assassinato – Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni.
A Revista ISTO É, traz a manchete – ISABELLA 5 ANOS – A história da inacreditável morte que comoveu o País.
A Revista VEJA – Para a Polícia, não há mais dúvida sobre a morte de Isabella: FORAM ELES – e exibem os rostos dos dois monstros.
Na minha experiência de advogado com mais de trinta anos na militância, pude analisar desde o começo – “espancaram a menina inclusive no carro, asfixiaram-na e acreditando que estivesse morta, simularam a situação de que teria deixado Isabella no quarto e alguém entrou no apartamento e a jogou do sexto andar. – E esta foi posteriormente a História inventada por uma mente assassina sustentada por um pai – Antônio Nardoni, que sempre alimentou uma família de parasitas, começando pelo Alexandre. Criminosos também – o Antonio e a irmã de Alexandre – Cristiane – que alteraram a cena do crime com a intenção de ocultar os verdadeiros assassinos de Isabella”.
Jamais assisti a tamanha barbárie. E agora vem a Rede Globo de Televisão promovendo não se sabe a que preço a defesa dos Nardonis, tentando inocentar o casal, com entrevistas fantasiosas, com mercenários profissionais, insistindo em contrariar todas as evidencias que levam a uma só conclusão: – Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni – MATARAM ISABELLA.
Confesso que tenho sofrido uma dor imensa que dilacera todo o meu entendimento sobre o Ser, me deixa impotente e sem esperanças sobre os destinos deste caso criminoso que abalou todo o País.
De um lado – preciso acreditar na Justiça dos homens.
Do outro - se encontra a Rede Globo, que por divergências financeiras e ideológicas com o Grupo Abril, contradita as suas reportagens e tenta convencer a todos que são inocentes dois criminosos hediondos, se contrapondo a argumentos lógicos, por interesses escusos. Já não bastam as aulas diárias de maldades e degradações do ser humano que são dadas através de suas novelas, onde não existe família e princípios morais. O enredo é conhecido – uma pobre coitada e um mundo de gente que articula todo tipo de crime. No final o vilão vai para o manicômio, é preso, foge para uma ilha com milhões ou alguém o mata e procuram para o crescimento da audiência televisiva – “quem matou Odete Rotman?”. “Quem matou Salomão Ayala?”.
Na polícia, por incrível que pareça, ainda há esperança.
No MP –Ministério Público, incansável Instituição que honra a todos nós, a tenacidade e a honradez.
Na Justiça uma eterna interrogação. (?)
Estamos perdidos?
Feira de Santana, 03 de maio de 2008.
Com a palavra agora o Tribunal do Júri instalado em São Paulo e que todos assistem estarrecidos acreditando que ainda poderá existir Justiça. É tempo de reformar o velho Código Penal, estabelecendo novas penalidades incluindo a prisão perpétua e q uiça a pena de morte em nosso país. E ainda tem Juiz indignado com certo tipo de cárcere adotado para animais humanos.
Nova manchete da ISTO É – “O JULGAMENTO DOS NARDONI”.
Como diria o poeta Carlos Drumont de Andrade – “E agora José?”.
Em 25 de março de 2010.
Milton Pereira de Britto – é Advogado, Escritor, Poeta, Membro da AFL e do IHGFS. (Assume total responsabilidade pela matéria).
domingo, 28 de março de 2010
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