Em janeiro vou à ilha
Vou à ilha no amanhã,
pela manhã
Para andar pela areia
antes do sol fervente;
Vou à ilha para ver o
mar
E na sua imensidão,
Eu possa ver a
insignificância do meu ser,
Porque eu posso querer
abraçá-lo,
Mas não consigo
Posso querer alcançá-lo,
Mas é inacessível.
Vou sentar-me à beira
mar
Esperar o anoitecer e
contar estrelas,
Como Saint-Exupery,
Sem ouvi-las,
Porque este dom foi dado
somente a Olavo Bilac
E eu não tenho a verve
de Olavo.
Em janeiro eu vou à ilha
Até porque nenhum homem
é uma ilha.
Na palavra e no
entendimento
Do Peripateta de
Estagira.
Vou à ilha
Para ancorar meus
pensamentos
Na imensidão do espaço
cósmico,
Sentado à beira do cais
Molhando os pés e
poetizando,
Porque sou poeta e não
profeta
A profetizar o amanhã,
E o amanhã pode ser o
ontem
Que não vivenciei
Por estar envolvido com
a sobrevivência
Medíocre do
materialismo.
Sim! Amanhã eu vou à
ilha!
Lá eu poderei saber das
minhas andanças
Matutinas olhando a Bahia
de Todos os Santos
E do Senhor do Bonfim.
Lá, vou degustar pingo
de ouro,
Fruto gostoso das
mangueiras
Que a natureza criou,
Antes que os homens promovam
A sua destruição,
Em suas últimas queimadas.
Em janeiro
Irei à Ilha.
Feira, em um dia de
2018.
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