quinta-feira, 20 de setembro de 2018

PLANETA AZUL

Do LIVRO "NOVAS CRÔNICAS E HISTÓRIAS", em construção.



                                       PLANETA AZUL

Havia no imenso cosmos repleto de estrelas, planetas, astros de toda espécie, formados por poeira cósmica, em milhões de anos, dentre tantos pontos brilhantes, um Planeta Azul.

Nele havia ar, água, fogo e terra, como princípios vitais.

O ar permitia a formação de água de onde brotavam vidas. Algumas permaneciam na fonte vital e outras adaptaram-se à terra multiplicando-se em milhões, enquanto o fogo as renovavam numa sucessão de vida e morte.

No Planeta Azul, habitavam espécies variadas de vida, com destaque para a que se denominava “Homo Sapiens”.

O Homo Sapiens, por possuir inteligência, formou impérios e se arvorou no dominador de todas as demais espécies. Formaram-se diversos impérios, sobressaindo-se o Império do Ouro, o Império da Cultura e o Império das Bananas, dentre tantos do Planeta Azul, todos subordinados a crenças, por ignorarem os fenômenos naturais, com raras exceções, daqueles que se dedicavam à filosofia, com bases especulativas e científicas.

Por longos anos o Império da Cultura dominou e influenciou os demais impérios, com certa crueldade, haja vista, que praticamente dizimou os aborígenes, impondo as suas vontades e seus costumes, saqueando as suas riquezas, permitindo o nascimento do Império do Ouro, que passou a dominar todo o planeta.

Por ser  raça humana dotada de extrema ignorância, surgiram os que profetizavam os fenômenos da natureza como verdadeiras divindades que tinha formas físicas, assemelhadas a totens, animais, astros e seres humanos, chegando a criar uma divindade máxima que seria a imagem e semelhança do humano.
Surgiram guerras, morticínios em abundância, com proliferação de armas cada vez mais potentes, a tal modo, que passou a prevalecer a máxima – “si vis pacem para bellum”.

O Império da Cultura teve que se curvar diante do Império do Ouro que se organizou em armas e crenças, subjugando os demais  Impérios, incluindo os mais resistentes, quando desembarcam no Império das Bananas que não evoluiu, posto que, ali se desenvolveu algumas espécies, não muito raras, denominadas - “corruptos”, “vendilhões”, “lacaios”, “colonizados”, “acéfalos”, “zumbis” e “marionetes”. 

Os corruptos se locupletavam com os quinhões que recebiam do Império do Ouro, beneficiando os vendilhões que entregavam as riquezas produzidas pelo Império das Bananas, usando os lacaios, colonizados, acéfalos e zumbis, enquanto as marionetes festejavam a “glória” da subserviência total, em ritmos e coreografias ensaiadas por manipuladores (escravos do Império do Ouro).

Vilipendiado o povo por ignorância, chega-se ao caos.

Assim segue o Planeta Azul, em rota de colisão.

Há de se indagar – “quosque tandem?”.

  

                                       Notlim Otirb,

Século XXI,

Em uma minúscula área do Planeta Azul, dominado por falsos deuses.

domingo, 16 de setembro de 2018

DA RELIGIÃO





https://kdfrases.com/autor/voltaire?q=RELIGI%C3%83O

SOBRE GOVERNO E GOVERNAR



Voltaire

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PENSAMENTO FILOSÓFICO



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A DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS SEGUNDO ROUSSEAU

Uma das linhas de pensamento filosófico à qual sinto-me filiado.


A principal obra de Rousseau que expressou seu pensamento social foi o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicada em 1755, da qual destacamos, a seguir, um trecho decisivo:
“O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém.' [...]”. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. In: Rousseau. São Paulo: Abril Cultural, 1978.)

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

FALANDO DE SÓCRATES E RUI BARBOSA


TRECHO DA ORAÇÃO AOS MOÇOS

Sócrates, certo dia, numa das suas conversações que o Primeiro
Alcibíades54 nos deixa escutar ainda hoje, dava grande lição de mo−
déstia ao interlocutor, dizendo−lhe, com a costumada lhaneza: “A
pior espécie de ignorância é cuidar uma pessoa saber o que não sabe...
Tal, meu caro Alcibíades, o teu caso. Entraste pela política, antes de
a teres estudado. E não és tu só o que te vejas nessa condição: é esta
mesma a da mor parte dos que se metem nos negócios da república.
Apenas excetuo exíguo número, e pode ser que, unicamente, a
Péricles, teu tutor; porque tem cursado os filósofos.”
Vede agora os que intentais exercitar−vos na ciência das leis, e vir
a ser seus intérpretes, se de tal jeito é que conceberíeis sabê−las, e
executá−las. Desse jeito; isto é: como as entendiam os políticos da
Grécia, pintada pelo mestre de Platão.
Uma vez, que Alcibíades discutia com Péricles, em palestra regis−
trada por Xenofonte, acertou55 de se debater o que seja lei, e quando
exista, ou não exista.
“– Que vem a ser lei?”, indaga Alcibíades.
“– A expressão da vontade do povo”, responde Péricles.
“– Mas que é o que determina esse povo? O bem ou o mal?”
replica−lhe o sobrinho.
54 Nome de um diálogo de Platão, por intermédio de quem, sobretudo, nos fo−
ram transmitidos os ensinamentos de Sócrates.
55 acertou: aconteceu.
35
“– Certo que o bem, mancebo.”
“– Mas, sendo uma oligarquia quem mande, isto é, um dimi−
nuto número de homens, serão, ainda assim, respeitáveis as leis?”
“– Sem dúvida.”
“– Mas, se a disposição vier de um tirano? Se ocorrer violên−
cia, ou ilegalidade? Se o poderoso coagir o fraco? Cumprirá, toda−
via, obedecer?”
Péricles hesita; mas acaba admitindo:
“– Creio que sim.”
“– Mas então”, insiste Alcibíades, “o tirano, que constrange
os cidadãos a lhe acatarem os caprichos, não será, esse sim, o inimi−
go das leis?”
“– Sim; vejo agora que errei em chamar leis às ordens de um
tirano, costumado a mandar, sem persuadir.”
“– Mas, quando um diminuto número de cidadãos impõe seus
arbítrios à multidão, daremos, ou não, a isso o nome de violência?”
“– Parece−me a mim”, concede Péricles, cada vez mais vaci−
lante, “que, em caso tal, é de violência que se trata, não de lei.”