segunda-feira, 23 de março de 2015
ENTRE O MOÇO E O VELHO
Ruas cheias de mentes vazias
Homens e mulheres se encontrando
E se digladiando
Rumo ao nada.
A coisa nenhuma,
Abrigo de ilusões perdidas
Avenidas e Praças
Repletas de desencontros
Caminhados pela vida
Sem ida e sem retorno.
Enquanto isto
Trago comigo a dor da recusa
Da minha mocidade
Que fluiu tão cedo
E tão de repente.
Dói em mim
Saber que a juventude
E a energia, contidas.
Em meu corpo de segredo
Esvai-se desfigurando
A minha forma física
Sem clemência.
A minha sombra
Não me assusta.
Temo a minha figura
Refletida no espelho
Porque vejo em vão
Uma face que não possui o encanto
De Narciso, posto que, carcomida,
Pela implacável senilidade.
Dói saber
Que fui, que sou, e não serei.
Entre o moço e o velho serei o pó.
Feira, 14.05.2014.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário