terça-feira, 24 de abril de 2012

BARBA CABELO E BASEADO

É de estarrecer, a notícia desta manhã, divulgada pela Band, quando se anuncia a reunião de estudantes da USP, em prol da Permissividade, no que tange ao consumo de drogas, incluindo a maconha e o álcool. Indignados, os permissivistas, reagem. A reação dos alunos da USP se deu por causa da matéria publicada no portal do Jornal Primeira Página (www.jornalpp.com.br) no dia 10 de novembro, quando cerca de mil estudantes realizaram assembleia decidindo pela paralisação dos dias 17 e 18 de novembro. Na matéria foram relatados os ataques feitos à Polícia Militar, que alguns alunos estavam consumindo bebida alcoólica e o fato de alunos utilizarem a palavra durante o ato fazendo menção a descriminalização da maconha. Porém o tema não foi colocado em pauta pela direção do Caaso, mas em quatro falas o tema foi abordado dando apoio à descriminalização. Descriminalização: Acto . Ato . Ato ou efeito de descriminalizar, de não tratar como crime ou como criminoso. ≠ = CRIMINALIZAÇÃO. descriminalizar - Conjugar (des- + criminalizar) ... A notícia publicada pelo portal do Jornal Primeira Página (www.jornalpp.com.br ) foi recorde de comentários e acessos. Foram mais de 72 comentários contra ou a favor dos estudantes, além de a notícia receber mais de 5 mil acessos durante todo o dia. Uma “pérola” de comentário: “Meu, por que as pessoas querem desvalorizar as questões que os estudantes da usp estão levantando colocando esse lance do consumo das drogas e de bebidas alcóolicas? Que puritanismo barato é esse que está assolando essa sociedade? Puritanismo embebido de HIPOCRISIA, claro. Dane-se se eu ou quem quer que seja consuma ou não drogas, álcool e o diabo nesse país, mas a questão é: me diga onde mais rolam drogas!” Joyce (Unesp/Araraquara) Felizmente a lucidez: “Olha não quero ser radical nos comentários, mas sabe não dá mais para aguentar esses universitários arruaceiros por aqui. Há um monte de estudantes do bem, que entendem a sua função de estudantes, mas estes baderneiros do Caaso merecem ser colocados atrás das grades. Eles atentam contra o bem comum, contra a moralidade e contra a boa universidade pública. CHEGA DOS LOUCOS DO CAASO”. Jurandir Caromano Silva Comentário sobre o uso de Drogas: Carlos Newton O documentário “Quebrando o Tabu”, apresentado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defende uma tese que merece repúdio da sociedade. Todos os países que liberaram o consumo de drogas estão voltando atrás, como ocorre na Holanda, na Suíça e em Portugal, onde passaram a ser assistidas cenas deploráveis de dependentes se injetando na veia, em plena rua. A USP precisa ser revista, com vistas no passado. Vejamos alguns alunos antes da decadência da maior Universidade do País, hoje abrigando verdadeiros marginais da formação profissional e da intelectualidade. Alunos célebres Presidentes da República*: Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Wenceslau Braz, Delfim Moreira, Arthur Bernardes, Washington Luís e Jânio Quadros. Vultos políticos: barão do Rio Branco, Ruy Barbosa, Ulysses Guimarães, Roberto Costa de Abreu Sodré, Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto, Almino Affonso e Miguel Reale. Poetas: Álvares de Azevedo, Castro Alves, Fagundes Varela, Hilda Hilst, Guilherme de Almeida, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari e Paulo Bonfim. Escritores: José de Alencar, Raul Pompéia, Monteiro Lobato, Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Lygia Fagundes Telles. Jornalistas: Júlio de Mesquita Filho, Otavio Frias Filho, Mino Carta, Roberto D’Ávila, Salomão Esper e José Paulo de Andrade. Artistas: José Celso Martinez Corrêa, Renato Borghi, John Herbert, Renato Consorte, Vida Alves, Juca de Oliveira, Francisco Cuoco, Raul Cortez, Paulo Autran e Luciano Huck. Cineasta: Nelson Pereira dos Santos. * Sobe para 12 o número de ex-presidentes se considerarmos também Júlio Prestes, eleito, mas que não assumiu em razão da Revolução de 1930, José Linhares e Nereu Ramos, ambos interinos por curtos períodos. LIBERALISMO SIM. LIBERTINAGEM NÃO. A DEGRADAÇÃO DOS COSTUMES LEVA UM PAÍS AO CAOS.

domingo, 1 de abril de 2012

A VIAGEM

CAPÍTULO III

Enfim, Rio de Janeiro dos meus sonhos vividos, embora, sem a intensidade merecida.
RIO DE JANEIRO – CIDADE MARAVILHOSA

Domingo, 29 de janeiro de 2012, retornando para o ponto de partida, chegamos e desembarcamos na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, como era conhecida, hoje, Cidade do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, segunda metrópole mais importante do Brasil e a mais conhecida no exterior, maior rota de turismo internacional do país, tendo como atrações principais – O Pão de Açúcar, Cristo Redentor, praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca, entre tantas, de beleza inigualáveis, além de pontos turísticos, como a Lapa, com seus arcos e boemia, de vida noturna intensa, como dizia o poeta “Lapa dos Capoeiras, Miguelzinho, Camisa Preta, Meia Noite, Edgard... Lapa, minha Lapa boêmia, a lua só vai pra casa depois do sol raiar...”; de Madame Satã, de Jamelão, Carmem Silva, Monarco, Joyce, Arlindo Cruz, Dona Ivone Lara, Moreira da Silva, Beth Carvalho, Roberto Ribeiro, Elza Soares, e tantos outros, desde Silvio Caldas e Francisco Alves, aos tempos modernos do turismo. Ir ao Rio de Janeiro, necessariamente tem que ir a Floresta da Tijuca, Quinta da Boa Vista e a Ilha de Paquetá, no mínimo. Desta vez, não aconteceu. Ao chegarmos, embarcamos em um ónibus de turismo, com guia, totalmente preparado, a nos relatar sobre a fundação da cidade, seu povo, seus costumes, detalhando a construção do Cristo Redentor, que teve a participação de cariocas, senhoras da sociedade local, até a vinda da cabeça do Cristo, obra de artista francês, doada pelo governo da cidade luz, completando o monumento maravilhoso. No percurso, passamos pela Praça Mauá, nome dado em homenagem ao Barão; trecho da Avenida Brasil, Av.Getúlio Vargas, vendo o Sambódramo, de muitos carnavais e desfiles, que fazem o mais insensível dos homens sonhar, passeando nas curvas indescritíveis de sensacionais mulatas e negras, verdadeiras obras divinas, porque, impossível que tenha saido das entranhas de um ventre qualquer. Seguimos, até chegar na Zona Sul, de tantas histórias e ao passar pela Rua Toneleiros, lembrei-me do atentado ao Jornalista Carlos Lacerda, o maior autodidata, depois de Machado de Assis, poliglota, tradutor de obras de Shakespeare, antigo comunista, que aderiu ao capitalismo voraz, com facilidade, combatendo o populismo de Getúlio Vargas, na década de 50, a tal ponto, que o levou ao suicídio em 24 de agosto de 1954, após ação deflagrada por simpatizantes do pai dos pobres, culminando com uma tentativa de homicídio do Corvo, como era também conhecido o Jornalista, pela sua linha de ataque funesto, de quem assume uma posição irracional de mero opositor, como ofício. Destaque-se que, embora opositor, sua linguagem era de um cidadão culto, daqueles que não atropelam o vernáculo, nem saem do verbalismo banal, de detratores analfabetos políticos, que residem no beco da infâmia, passeando pela vida alheia, sem respeito ao próximo. A tentativa levou a morte do Major Vaz, da Aeronáutica, gerando o movimento militarista, que responsabilizou Gregório Furtunato, apelidado de “O Anjo Negro” e ainda tentaram envolver Lutero Vargas, filho de Getúlio. Lutero, que mais tarde amaria Marivone, que amaria o escritor, por longos oito anos. O atentado foi o pivô do movimento, que pretendia o golpe de Estado para tirar Getúlio do poder, que contrariava os interesses dos norte americanos, cujo golpe, se repetiu no governo de João Goulart, em 1964. No City Tour ao Cristo, tive a oportunidade de rever lugares, por onde passei e vivi, durante doze anos. Passamos pela Avenida Atlântica e vi com saudade o Edifício Sevilha, onde morei por dois anos, no apartamento do terceiro andar, dividindo o elevador, por muitas vezes com Nelson Gonçalves, que residia no quinto andar, em época de desespero, quando o grande cantor tentava superar o vício das drogas, enquanto eu, gravava o meu primeiro disco na RCA Victor, substituindo-o. Em Botafogo, lembrei-me do encontro com Irene, que apresentei a Mario Prioli, no Canecão, após longa ausência de namoro, quando pude lhe falar do seu romance com Agostinho dos Santos,das nossas confidências, da traição e do meu revide no hotel da Marquês de Abrantes, quando pude tê-la tão somente minha. Foi a última vez que nos vimos.

ARCOS DA LAPA – RIO DE JANEIRO.
(continua na próxima semana).