CAPÍTULO II
SALVADOR:
Embarcamos no dia 24, contudo, saímos no dia 25. A expectativa é de muita tranqüilidade, com merecido conforto. Este é real, mas, o outro, é relativo, devido ao fato de convivermos com pessoas de diferentes princípios educacionais e culturais, num mundo globalizado, de influência musical alienígena, americanizada, com ritmos estressantes, incluindo o insuportável axé. Para se ter uma idéia, em todos os Bares, em um canto, um maravilhoso piano de calda, que nunca é executado. Impera o teclado e a guitarra. Tudo pago, bebe-se e come-se à vontade, sem restrição. Doze andares (decks). Depois do ocorrido com o Costa Concórdia, muitos indagavam sobre a segurança do navio, contudo, não assusta vez que, em matéria de desastre, este é o meio de transporte mais seguro que existe, até porque, pelo que se sabe, a ultima ocorrência registrada, anteriormente, foi o naufrágio do Titanic, há cem anos. Programamos um passeio de escuna em Búzios, na esperança de vermos, pelo menos, a Rua das Pedras, as suas vinte e três praias, algumas de água morna e outras de água gelada, Poças das Tartarugas e a Igreja de Nossa Senhora Desatadora de Nós e a estátua de Brigitte Bardot, famosa atriz francesa que ali esteve na década de 60, internacionalizando a península, município do estado do Rio de Janeiro, na região dos Lagos, que faz divisa com Cabo Frio, município do qual se tornou autônomo em 1995, cujo desembarque foi frustrado pela chuva que caia. Búzios foi povoada por piratas franceses no tráfico de escravos e madeiras. A paisagem é linda. Permanecemos no navio e fotografamos algumas áreas. Seguimos para Santos, cidade portuária, das mais antigas do Brasil, histórica e ecológica, cujo povoamento teve início em 1540, que, apesar das chuvas, conseguimos desembarcar. Fomos ao Aquário Municipal de Santos, construído em 1945, com 50 tanques, com diversas espécies marinhas, registrado no Livro Guinness dos Recordes em 1995, por ser o maior aquário do País; Museu do Café, um antigo Palácio do Café inaugurado em 1922, para celebrar os 100 anos da independência do Brasil, que mais tarde foi proclamado o Palácio do Comércio de café ou Palácio da Bolsa de Café; Museu do “Santos Futebol Clube”, considerado pela FIFA – organismo internacional de futebol, como o maior time de futebol das Américas, com seu Memorial e Estádio; Ruas, Praias e Praças, de uma cidade que a história ainda não registra a sua grandiosidade.
Salvador-BAHIA.
BÚZIOS-RIO DE JANEIRO
SANTOS – SÃO PAULO
terça-feira, 27 de março de 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
A VIAGEM
Capitulo I
O Navio:
Enfim, a tão esperada viagem.
Ainda criança, ouvi muito, na voz inconfundível de Dorival Caymmi, a música de sua composição:
“Peguei um Ita no Norte pra vim pro Rio morar, adeus meu pai, minha mãe, adeus Belém do Pará...”. Nunca entendi porque um baiano, de Salvador, compõe uma letra dizendo–se - saindo de Belém do Pará. Não tem muita importância, este fato, e sim, a viagem de navio, que nos convida a navegar nas águas que cobrem dois terços do nosso planeta. Quando garoto, tive a oportunidade de ir de Cachoeira para a Capital, em um Vapor, embarcação, que fazia a travessia de quem pretendia chegar aos Soteropolitanos, vindo do sertão. Lembrança tênue, embora saudosa. Agora, levado, por informações de amigos, que noticiavam a excelência de uma viagem de navio, embarquei no Soberano, para um tour de oito dias, passando por Búzios, Santos e Rio de Janeiro. Ai vão os relatos:
Primeira parte:
O Cais de Salvador, deveria se chamar Caos, pela falta de estrutura, desorganização, desconforto, bagunça, falta de respeito com os passageiros, sem ventilação, um inferno, incluindo o calor excessivo.
Após a tramitação burocrática e jornada de um quilometro, chegamos ao Navio, que somente zarparia no dia seguinte, às 14 horas. Aproveitamos para revisitar a Praça Cairu, com o seu Mercado Modelo, com artesanato, muita baianidade, com preços para turista americano, a base do dólar. Ali, na década de 50, aluno de Mestre Bimba, desafiei alguns capoeiristas da escola de Mestre Pastinha, do estilo Angola, em tom de brincadeira; Comi Acarajé, Abará, Bolinho de estudante (também chamado de “punheta”), subindo e descendo o Elevador Lacerda (ainda em funcionamento), e, por vezes, o Plano Inclinado (Chariot) que se encontra desativado, graças ao pouco caso daqueles que não amam tanto a nossa Bahia. Lembrei-me de bons retratistas e, com saudade revivi um antigo retrato que ali tirei e guardo, para lembrar que o tempo é cruel, inclusive com a nossa aparência que sai do belo para o feio, num piscar de olhos, embora nos fartemos de vaidade, em momento de narcisismo.
Fiquei absorto e voltei para o Navio, esperando pela partida, rumo ao sul.
OBS.: Continuaremos na próxima edição.
O Navio:
Enfim, a tão esperada viagem.
Ainda criança, ouvi muito, na voz inconfundível de Dorival Caymmi, a música de sua composição:
“Peguei um Ita no Norte pra vim pro Rio morar, adeus meu pai, minha mãe, adeus Belém do Pará...”. Nunca entendi porque um baiano, de Salvador, compõe uma letra dizendo–se - saindo de Belém do Pará. Não tem muita importância, este fato, e sim, a viagem de navio, que nos convida a navegar nas águas que cobrem dois terços do nosso planeta. Quando garoto, tive a oportunidade de ir de Cachoeira para a Capital, em um Vapor, embarcação, que fazia a travessia de quem pretendia chegar aos Soteropolitanos, vindo do sertão. Lembrança tênue, embora saudosa. Agora, levado, por informações de amigos, que noticiavam a excelência de uma viagem de navio, embarquei no Soberano, para um tour de oito dias, passando por Búzios, Santos e Rio de Janeiro. Ai vão os relatos:
Primeira parte:
O Cais de Salvador, deveria se chamar Caos, pela falta de estrutura, desorganização, desconforto, bagunça, falta de respeito com os passageiros, sem ventilação, um inferno, incluindo o calor excessivo.
Após a tramitação burocrática e jornada de um quilometro, chegamos ao Navio, que somente zarparia no dia seguinte, às 14 horas. Aproveitamos para revisitar a Praça Cairu, com o seu Mercado Modelo, com artesanato, muita baianidade, com preços para turista americano, a base do dólar. Ali, na década de 50, aluno de Mestre Bimba, desafiei alguns capoeiristas da escola de Mestre Pastinha, do estilo Angola, em tom de brincadeira; Comi Acarajé, Abará, Bolinho de estudante (também chamado de “punheta”), subindo e descendo o Elevador Lacerda (ainda em funcionamento), e, por vezes, o Plano Inclinado (Chariot) que se encontra desativado, graças ao pouco caso daqueles que não amam tanto a nossa Bahia. Lembrei-me de bons retratistas e, com saudade revivi um antigo retrato que ali tirei e guardo, para lembrar que o tempo é cruel, inclusive com a nossa aparência que sai do belo para o feio, num piscar de olhos, embora nos fartemos de vaidade, em momento de narcisismo.
Fiquei absorto e voltei para o Navio, esperando pela partida, rumo ao sul.
OBS.: Continuaremos na próxima edição.
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