domingo, 20 de junho de 2010

BIOGRAFIA - UMA SÍNTESE

MILTON PEREIRA DE BRITTO.

Nascido na cidade de Cachoeira-Ba., em 12.11.1939, foi para Feira de Santana-Ba. no ano seguinte, daí para Salvador-Ba. em 1952, para estudar no Colégio Ipiranga,(antiga casa de Castro Alves). Em 1958 integra a Força Aérea Brasileira, servindo na Base Aérea de Salvador, indo para Recife após aprovação em exame para o curso de Enfermagem nesta corporação, retornando a Salvador em 1959. Em abril de 1961 segue para o Rio de Janeiro como cantor e violonista, até 1968, permanecendo até 1973, oportunidade em que cursa Filosofia, Francês, Italiano, Espanhol, Piano, Violão e Teoria Musical no Conservatório do Estado da Guanabara – Rj., estuda Latim e Grego. Transfere-se para Belo Horizonte e é aprovado em concurso de vestibular para o curso de Direito pela Universidade Católica de Minas Gerais e pela Faculdade de Direito do Oeste de Minas, iniciando na primeira, transferido para a segunda no mesmo ano por discordância com o Magnífico Reitor, cursando até o 5º ano, retornando para UCMG em 1978, em estágio que é suspenso por interferência da ditadura militar, com policias que reprimem uma manifestação estudantil, e neste mesmo ano freqüenta como ouvinte a UNB em Brasília. É transferido para UCBA – UNIVERSIDADE CATÓLICA DA BAHIA, em Salvador, no início de 1979 e por desentendimento com o Superintendente Acadêmico, matricula-se na (FESPI – FEDERAÇÃO DAS ESCOLAS SUPERIORES DE ILHÉUS E ITABUNA) ATUAL USC – UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ, localizada nos municípios de Ilhéus/Itabuna, concluindo o Bacharelado, após sete anos e quatro meses de estudos jurídicos.
Iniciou a sua atividade profissional como Cantor na década de 60, Gravando na RCA-VICTOR, tendo participado durante anos de programas de televisão, – TVs.- Rio, Tupy, Excelsior, Continental (quatro anos com Sarita Campos), Globo (na inauguração, sendo o Cantor e violonista oficial do Programa Clube das Garotas durante nove meses em que o programa esteve no ar. RÁDIOS - Globo, Carioca, Guanabara, Rio de Janeiro, Tupy, Tamoio, Nacional, Eldorado, Mundial, Vera Cruz, dentre tantas, no Rio de Janeiro, e em boa parte do Brasil, participando de Programas juntamente com os seus contemporâneos e amigos da época - Roberto Carlos, Carlos Imperial, Wilson Simonal, Golden Boy’s (Renato, Roberto, Ronaldo e Valdir), Trio Esperança (Regina, Mário e Evinha) Altemar Dutra, Rildo Hora, Silvio César, Roberto Nascimento, Adilson Ramos, Marisa Gata Mansa, Jamelão, Agnaldo Timoteo, Marcus Valentim, Joelma, Humberto Garin e muitos outros. Fez temporada como cantor e violonista no Rio de Janeiro de 1961 a 1968 – I – Claudius Bar, Bar Michel, Le Rond Point, Boite Plaza, em Copacabana e Restaurante Cabana, em Ipanema, e curtas apresentações - II - Boite Cangaceiro, Scoth Bar, Hotel Excelsior, Boite Bolero; Clubes – Sírio Libanês, Monte Líbano, Tijuca. Grava quatro discos, sendo três 78 RPM e um compacto duplo na RCA VICTOR no Rio de Janeiro. No ano de 1999 lança um CD “MILTON ONTEM E HOJE” na gravadora Sancléia.; outos lançamentos - MILTON – CLÁSSICOS DA MPB, BENGU´S IN CONCERT; duas faixas no CD de sua produção – “GELIVAR ENTRE AMIGOS”; e um CD – “CANTIGA DE QUEM ESTÁ SÓ”, Gravados na IES STUDIO “Atelier Musical”. (Gravações Independentes). Coordena e produz em parceria com Eduardo Kruschewsky, quatro CDs de poesias com fundo musical intitulado – POETAS FEIRENSES I, II e III, e POESIA ENQUANTO É TEMPO, para a Academia Feirense de Letras, da qual faz parte; participa da coletânea da Revista da Academia com duas Crônicas, na Revista nº 1, duas na nº 2, três na nº 3, crônicas e poesias na nº 4 ; escreve várias Biografias e Crônicas, para a Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana. Grava o CD QUEM HÁ DE DIZER, com repertório de Lupicínio Rodrigues. Publica em CD o Livro MANÉ QUARESMA ESTÓRIAS E CRÔNICAS. Em projeto – gravação como Cantor e Violonista em DVD.

INTELECTUAL:

Membro da Academia Feirense de Letras, Cadeira 22, cujo Patrono é Isaias Alves (é eleito para o exercício de 2005/2006 e 2007/2008 Tesoureiro, e 1º Vice-Presidente para o exercício 2009/2010); Membro da Academia de Ciências e Artes; Membro fundador e Consultor Jurídico - do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana-Ba.; Criador e Consultor Jurídico da Fundação Hospitalar Dr. Jackson do Amauri que Administrou o Hospital da Mulher em Feira de Santana no período de 1999 à 2002; Fundador da Sociedade Civil Organizada – SOCIO. Tem publicado Livros - O EU SOFRIDO; VERSOS LIVRES e participado com algumas poesias na Coletânea DA REVISTA DAS ACADEMIAS DE LETRAS E ARTES DA BAHIA; PROSAS - (NA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE FEIRA DE SANTANA-BA E NA REVISTA DA ACADEMIA FEIRENSE DE LETRAS) além de matérias jornalísticas em diversos jornais, incluindo Crônicas, destacando-se atualmente no Jornal Noite e Dia, Municípios EM FOCO, tendo participação no Programa Diário da Feira com o quadro “História no Tempo e no Espaço”, em Feira de Santana-Bahia. No prelo - O EU DESILUDIDO (poesias); O CASAMENTO DE DONA BARATINHA (teatro); VIDA VIVIDA (memórias); POESIA COM SONORIDADE – CD; PRÁTICA JURÍDICA; CRONICIDADE.
JURISTA:

No Setor Público exerceu as funções de Procurador Jurídico do Município de Feira de Santana (1981/1983) exonerado injustamente por discriminação político-partidário, com processo de reintegração ou reincorporação pendente (há sete anos); Diretor de Promoções do CIS – Centro das Indústrias do Subaé (1986/1989) tendo exercido em colegiado a Direção Geral; Secretário Especial – Chefe de Gabinete e Diretor Chefe do Serviço Jurídico (PROCURADOR GERAL) do Município de Feira de Santana-Bahia (1989/1992); Auxiliar de Gabinete 1993/94, Assessor Legislativo 1996/ agosto de 97 e Procurador Jurídico da Câmara de Vereadores deste Município (setembro de 1997 à junho de 1998 de direito e até 2000 de fato); Assessor Jurídico da Câmara de Vereadores de Serra Preta-Ba. (1998/2000); Assessor Jurídico do Município de Tanquinho-Ba. (1998/2008); Assessor Jurídico do Município de Ipecaetá (durante 08 meses – no ano de 2006) e do Município de Serra Preta, (2005/2008); Advogado do PMDB por mais de dez anos, atuando na área eleitoral, também do PDT e de outros partidos em diversas campanhas eleitorais; Gerente Administrativo da ADAB – AGÊNCIA ESTADUAL DE DEFESA AGROPECUÁRIA – BAHIA (de setembro de 1999 à maio de 2007). Nomeado Oficial de Gabinete da Ouvidoria da Assembléia Legislativa da Bahia (junho de 2007 à dezembro de 2008), servindo no Gabinete do Deputado Estadual Tarcízio Pimenta, com o objetivo de assessorá-lo juridicamente e planejar a sua campanha para a Prefeitura de Feira de Santana, para o exercício 2009/2012; Assume a Chefia Jurídica da Campanha em 2008, atua em mais de duzentos processos eleitorais, dá assessoria aos candidatos da chapa proporcional com mais de 160 candidatos a vereador com êxito, sendo eleito Prefeito Dr. Tarcízio Pimenta, com excelente resultado para a chapa proporcional, após exaustivo trabalho. Em 01/01/2009 assume o Cargo de Secretário Chefe de Gabinete do Prefeito de Feira de Santana-Bahia.

OUTROS CURSOS, SEMINÁRIOS E CONGRESSOS:

DIREITO CIVIL, PROF. SILVIO RODRIGUES, 1976; DIREITO CIVIL, PROF. WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, 1976; CURSO DE EXTERNSÃO EM DIREITO AGRÁRIO – FESP, 1979; V SEMANA DO ADMINISTRADOR –UCMG, 1974; ESTUDOS JURÍDICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL, OAB, 1981; PARTICIPAÇÃO NO GOVERNO LOCAL,ANÁLISE E PERSPECTIVA, 1989; 16º ENCONTRO NACIONAL DE PROCURADORES MUNICIPAIS, -LEIS ORGÂNICAS DOS MUNICÍPIOS, CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS E DA REPÚBLICA, EM SÃO PAULO, 1990; 17º ENCONTRO NACIONAL DE PROCURADORES MUNICIPAIS, EM FORTALEZA, 1997; SEMINÁRIO ADVOCACIA E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL, 2001; 1º SEMINÁRIO FEIRENSE DE PROCESSO DO TRABALHO, 2001; IIº CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO DO ESTADO, SALVADOR-BA., 2002; SEMINÁRIO DE TRANSCOMUNICAÇÃO, IPP –INSTITUTO DE PESQUISA PSÍQUICAS, 1991; Ee outros.
No Setor Privado exerce a Advocacia desde 1981, incluindo a assessoria a diversas empresas de Feira de Santana, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro e Bahia, atuando nas áreas Cíveis, Trabalhistas, Públicas e Eleitorais. Foi Advogado de aproximadamente 1.300 mutuários do Conjunto Feira IX, liderando a entrega e a ocupação das casas; Promoveu mais de mil Ações de Usucapião para os moradores da Rua Nova. Tem ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA, na Vila Pedro Carneiro, na Rua Desembargador Filinto Bastos nº 719, na cidade de Feira de Santana-Ba, continua dando consultas, orientando e formulando parecer inclusive para colegas. Aposentado por idade pelo INSS, continua com as suas atividades profissionais.
EMAIL – (brittomilton@ig.com.br). (britto_milton@hotmail.com).

Feira de Santana, Abril de 2010.

PIO NETO - UM SOBREVIVENTE

Pio Neto nasceu na zona rural no início do século XX, filho de pais semi-analfabetos, viveu por algum tempo sem os recursos que a cidade grande oferece, tais como a oportunidade para estudar e freqüentar um ambiente social, profissionalizando-se. Quando menino brincava com as pedrinhas e os gravetos que encontrava simulando uma criação de gado, currais, eqüinos, muares, galinhas, galos, patos e marrecos. Na fazenda onde morava não tinha energia elétrica, água encanada, telefone, e, por conseqüência não tinha rádio ou televisão. As notícias chegavam de boca em boca e a leitura, pouca, era através do almanaque publicado pelo laboratório que fabricava o “Biotônico Fontoura” (fortificante dado às crianças), que contava as histórias de Zeca Tatu, homem abatido, fraco, pelas verminoses, via de regra – lombrigas, e que ao tomar o fortificante abatia onças com as próprias mãos, cortava lenha com machado e carregava nos ombros, transformando-se em figura musculosa, forte, imbatível. Na adolescência Pio fabricava arapucas, alçapões e bodoques (atiradeiras feitas com uma forquilha, tiras de borracha de câmara de ar e um pedaço de couro), arremessando pedras para a caça de aves menores, assadas na brasa ou nas frigideiras, para comer no almoço ou no jantar. Ainda na adolescência trabalhava na roça ajudando na plantação de fumo, feijão, e a mandioca para o fabrico da farinha, do beiju, da puba e da tapioca, atividades de sustento da família, suplementando a atividade do patrono que criava e abatia gado para a venda na cidade. Ao completar vinte e um anos, emancipado, resolveu Pio ir para a cidade grande, cansado da atividade rural que não lhe dava muitas oportunidades para construir uma família. Com poucos recursos financeiros, restou-lhe a idéia de alugar um imóvel na cidade que escolheu, fazendo dali uma Pensão que lhe dava o sustento e o abrigo de forma cômoda para quem quer viver humildemente. Ali conheceu muitas pessoas, inclusive, influentes, que lhe ofertaram um emprego de fiscal do governo. Em um belo dia, a sorte resolveu premiar aquele homem com um bilhete da loteria federal, dando-lhe a ousadia de negociar com gado em grande escala, o que fez durante anos até que em meados do século, sendo fornecedor do governo federal, recebeu o calote motivado pela moratória de pós-guerra de 1945, que não criou, não participou ou foi responsável, mas foi vítima. Teve que começar tudo de novo. Viúvo, com três filhos para criar, buscou na alquimia através de livros que lia com o pouco estudo que tinha, fórmulas de fabrico de vinhos e vinagres, que passou a fazê-los. Criou suas próprias marcas e saiu pela periferia da cidade, distritos e povoados, de diversos municípios vizinhos, até que pôde comprar uma pequena caminhonete para o transporte da mercadoria. Quando retornava de suas viagens, trazia carnes e caças que adquiria nas feiras livres para alimentar a família. Fato inusitado ocorreu quando teve que enfrentar a concorrência desleal de grandes marcas. Pio produzia vinho de jurubeba e conhaque de boa qualidade, mas no mercado, levado pela força da propaganda, a jurubeba preferida era a “Leão do Norte” e o conhaque era o de “Alcatrão de São João da Barra”. Ameaçado pela concorrência, já que os seus produtos eram similares aos de marca, não tendo como competir com a ostentação das multinacionais, com os produtos preteridos, foi obrigado ao artifício, mandando fazer na grande metrópole rótulos, gargantilhas e selos das marcas famosas e, clandestinamente passou a vender o que a clientela exigia por força da propaganda, o que fez pelas circunstancias adversas e pela necessidade de sobreviver, até que lhe permitisse a vida, novas oportunidades, que não teve, vez que não lhe deram estudo e profissão digna. Teve Pio outros momentos que não durou, vez que, ao se estruturar como empresário de bom porte, obrigou-se à excessiva tributação e encargos trabalhistas, que se somou à conivência de um contador desonesto que o levou a falência. Morreu Pio alguns anos depois aos sessenta e quatro anos de idade, deixando prole conturbada, com algumas exceções, e uma mulher egoísta que não soube viver em harmonia com os seus, falecendo na solidão dos que não amam, até porque sempre pregou que “cada um deve viver no seu cantinho”.