MANOEL JUSTO DE BRITO.
(Minhas origens).
BIOGRAFIA E DADOS HISTÓRICOS.
POR: MILTON PEREIRA DE BRITTO.
A família Brito pelo que se sabe em dados históricos não muito remotos mais um pouco longínquo, tem origem numa antiga família dos Britos, por volta do ano de 1033, da Era Cristã. Nesta época vivia D.Hero de Brito senhor de muitas herdades em Oliveira, Carazedo e Subilhões, todas situadas entre o rio Ave e Portela dos Leitões, muito rica região e onde se encontra o Solar dos Brito. Fundador do Mosteiro de Oliveira, Conselheiro do Rei de Castela e Leão, D. Afonso VI, foi eleito por este, Par do Reino e seu Brasão de Armas foi concedido em 1072.
Sabe-se que, descendentes de D. Hero vieram para o Brasil na época do descobrimento e colonização, eram cinco irmãos, deslocando um para o Rio de Janeiro, um para Minas Gerais, dois ficaram na Bahia e o outro para Sergipe.
No período colonial o Reino de Portugal fez as primeiras doações de terras do Brasil que tinha o nome de Casas e depois Sesmarias, o que aconteceu a partir de 1.615. Na Bahia, na Região onde fica o atual município de Feira de Santana, estiveram nesta ocasião instaladas duas Casas: a da Torre e a Casa da Ponte, sendo que a primeira representada por Garcia D’ Ávila vindo para a Bahia com o primeiro Governador Tomé de Souza que teve como herdeiros Francisco Dias D’ Ávila e Garcia D’ Ávila Pereira. Já a Casa da Ponte pertenceu a Antonio Guedes de Brito filho e Antonio de Brito Correia e Maria Guedes de Brito, descendentes de lusitano, assaz conhecido de todos, Diogo Álvares Correia, o Caramuru.
Comum à época, não seria diferente, geraram vasta prole, espalhada por este continente, além de diluírem as imensidões de terras recebidas do Reino.
Perdidas estas origens mais remotas, viemos encontrar na localidade de Quaresma (atualmente Município de Santanópolis), antigo distrito de Irará-Bahia, o cidadão português conhecido como Pio Brito, tendo como filho Sabino Brito casado com Maria Brito, homem de muitas mulheres com as quais coabitou, gerando cerca de quarenta e cinco filhos, dentre eles Guilherme dos Santos Brito que casou com Ildefonsa Brito, sua prima, filha de uma irmã de Sabino Brito. Guilherme por sua vez teve do seu matrimônio cinco filhos, dos quais sobreviveram o primogênito - Manoel Justo de Brito e o caçula Eutrópio dos Santos Brito.
O nome do biografado, primogênito de Guilherme, tem a sua origem nos seguintes fatos pitorescos: cabalisticamente e até por algumas informações bíblicas o nome de Jesus seria Emanoel, daí por corrupitela o deslocamento para o seu prenome – Manoel, acrescentando –se o nome Justo em conseqüência do Santo do dia do seu nascimento, segundo se encontrava no Almanaque Britol, muito consultado na época, permanecendo como seria lógico o sobrenome de raiz – Brito.
Manoel Justo de Brito, nasceu no dia 19 de Julho de 1906, na Fazenda Tanque Velho, no Quaresma, assistido por parteira. Não tendo possibilidade de freqüentar escolas, cursou até o terceiro livro com o professor Lúcio, o mais respeitado da região, tendo muita facilidade para elaborar contas e cálculos matemáticos.
O seu pai logo nos primeiros anos, voltado para as atividades agrícolas incentivou o seu filho para o trabalho rural dando-lhe uma enxada de 03 libras.
Aos dezoito anos nas suas idas a Irará, tido como um “partido de futuro” por ser o seu pai fazendeiro, armou-lhe uma cilada a Dona da Pensão onde se hospedava, fazendo com que a sua filha desse “o golpe da barriga”, dizendo-se grávida de Manoel, razão suficiente para que Guilherme obrigasse o casamento. Realizado o matrimônio, foi um para cada lado e a donzela não estava grávida. Muito anos depois se realizou “o desquite”, patrocinado pelo advogado Jessé.
Depois de malfadado casamento e até decepcionado com os fatos veio para Feira de Santana-Bahia disposto a negociar com gado.
Empreendido diversas viagens pelos arredores e negócios pecuários, um belo dia ao subir a ladeira do “Minadouro” local onde residiam famílias de classe média, (início da década de 30), cavalgando o seu cavalo, acompanhado do seu fiel perdigueiro “Vampa” encontrou aquela que seria a grande paixão de sua vida – Magdail Pereira da Silva, encontrando óbice para o seu namoro e compromisso matrimonial, por resistência dos pais de sua pretendida, que alegavam ter como motivo o fato do mesmo ser casado e o seu desquite não estar devidamente homologado. Tamanha era a paixão do casal que combinaram uma fuga, que teve o apoio do Cel. Artur de Baixa da Palmeira, que lhe ofereceu o Ford de Bigode e dois jagunços, dizendo: “Vá buscar a moça, traga para a minha casa que eu faço o casamento, pois aqui o Padre faz o que eu quero”.
Desta união, tiveram três filhos – Yolanda, Edson e Milton. A primeira nasceu em Baixa de Palmeira, o segundo em Feira de Santana, na Pensão Brasil, onde fica localizada a Pça. do Nordestino, o terceiro, nasceu na cidade de Cachoeira-Bahia, na Pça. Dr. Milton, que motivou o nome do rebento. Nesta oportunidade Manoel esteve na Farmácia Régis, encontrando um bilheteiro de loteria que insistentemente queria lhe vender o bilhete, conseguindo, permitindo-lhe o grande premio de cinqüenta contos de réis. Com esta fortuna voltou para Feira de Santana-Bahia comprando um sítio no Ponto Central, passou a residir na Rua Marechal Deodoro, próximo a residência de Martiniano Carneiro onde seus filhos fizeram grandes amizades, com os filhos daquele, conhecidos - Sissinho, Tonton, Vilma e Valter Panqueca. Daí mudou-se para a Rua Conselheiro Franco num casarão com um quintal que ia até a Rua da Aurora, travando amizades com as famílias Mascarenhas, Cordeiro e de Abílio Ribeiro.
Teve alguns anos de prosperidade, contudo com a doença da esposa que sofria mal de chagas, vindo a falecer em 1945, experimentou uma decadência financeira decorrente de moratória pública, resultante da 2ª Guerra Mundial, deixando de receber os seus créditos de alguns setores das Forças Armadas, contudo pagou aos seus fornecedores, iniciando nova atividade em sociedade com o seu irmão Eutrópio, fabricando vinhos, licores e vinagres.
Preocupado com a educação dos filhos menores, contraiu novo matrimônio com Hanuvair, com quem teve três filhos – Carlos Augusto, Maria Lúcia e Ana Maria.
Na década de 50, por ser pessoa bastante empreendedora, foi convidado por Osvaldo Torres para compor uma sociedade, representando e distribuindo a cerveja Antártica por toda a região da Bahia com exceção de Salvador. Experimentou nova fase de prosperidade, sendo convidado para compor uma sociedade para a criação do Feira Tênis Clube, depois do Clube de Campo Cajueiro e para integrar a Maçonaria; participou como cotista do empreendimento Saci para a construção do prédio Mandacaru, do qual nada recebeu restando-lhe um título das cotas imprestáveis.
Politicamente participou do PSD e MDB, sendo seguidor do ilustre Dr. Eduardo Fróes da Mota, de quem foi muito amigo. Sabe-se dizer que uma das suas maiores proezas foi quando do casamento de sua filha Yolanda, poder reunir no mesmo espaço os adversários políticos João Marinho Falcão e Eduardo Fróes da Mota, trocando gentilezas e um servindo ao outro, iguarias do serviço de buffet.
Não se sabe de nenhuma inimizade que possa ter cultivado e o seu bom humor era a marca registrada.
Homem de boa-fé foi ludibriado mais uma vez pelo truste e pela ganância das grandes empresas e dos homens, falecendo ao dirigir uma Kombi, transportando mercadorias da Rodoviária Estrela do Norte de Feira para Cachoeira em acidente fatal. Hoje é muito lembrado pelos amigos de seus filhos. Deixou como herança a dignidade, a honestidade, a boa-fé e o respeito ao próximo.
(Minhas origens).
BIOGRAFIA E DADOS HISTÓRICOS.
POR: MILTON PEREIRA DE BRITTO.
A família Brito pelo que se sabe em dados históricos não muito remotos mais um pouco longínquo, tem origem numa antiga família dos Britos, por volta do ano de 1033, da Era Cristã. Nesta época vivia D.Hero de Brito senhor de muitas herdades em Oliveira, Carazedo e Subilhões, todas situadas entre o rio Ave e Portela dos Leitões, muito rica região e onde se encontra o Solar dos Brito. Fundador do Mosteiro de Oliveira, Conselheiro do Rei de Castela e Leão, D. Afonso VI, foi eleito por este, Par do Reino e seu Brasão de Armas foi concedido em 1072.
Sabe-se que, descendentes de D. Hero vieram para o Brasil na época do descobrimento e colonização, eram cinco irmãos, deslocando um para o Rio de Janeiro, um para Minas Gerais, dois ficaram na Bahia e o outro para Sergipe.
No período colonial o Reino de Portugal fez as primeiras doações de terras do Brasil que tinha o nome de Casas e depois Sesmarias, o que aconteceu a partir de 1.615. Na Bahia, na Região onde fica o atual município de Feira de Santana, estiveram nesta ocasião instaladas duas Casas: a da Torre e a Casa da Ponte, sendo que a primeira representada por Garcia D’ Ávila vindo para a Bahia com o primeiro Governador Tomé de Souza que teve como herdeiros Francisco Dias D’ Ávila e Garcia D’ Ávila Pereira. Já a Casa da Ponte pertenceu a Antonio Guedes de Brito filho e Antonio de Brito Correia e Maria Guedes de Brito, descendentes de lusitano, assaz conhecido de todos, Diogo Álvares Correia, o Caramuru.
Comum à época, não seria diferente, geraram vasta prole, espalhada por este continente, além de diluírem as imensidões de terras recebidas do Reino.
Perdidas estas origens mais remotas, viemos encontrar na localidade de Quaresma (atualmente Município de Santanópolis), antigo distrito de Irará-Bahia, o cidadão português conhecido como Pio Brito, tendo como filho Sabino Brito casado com Maria Brito, homem de muitas mulheres com as quais coabitou, gerando cerca de quarenta e cinco filhos, dentre eles Guilherme dos Santos Brito que casou com Ildefonsa Brito, sua prima, filha de uma irmã de Sabino Brito. Guilherme por sua vez teve do seu matrimônio cinco filhos, dos quais sobreviveram o primogênito - Manoel Justo de Brito e o caçula Eutrópio dos Santos Brito.
O nome do biografado, primogênito de Guilherme, tem a sua origem nos seguintes fatos pitorescos: cabalisticamente e até por algumas informações bíblicas o nome de Jesus seria Emanoel, daí por corrupitela o deslocamento para o seu prenome – Manoel, acrescentando –se o nome Justo em conseqüência do Santo do dia do seu nascimento, segundo se encontrava no Almanaque Britol, muito consultado na época, permanecendo como seria lógico o sobrenome de raiz – Brito.
Manoel Justo de Brito, nasceu no dia 19 de Julho de 1906, na Fazenda Tanque Velho, no Quaresma, assistido por parteira. Não tendo possibilidade de freqüentar escolas, cursou até o terceiro livro com o professor Lúcio, o mais respeitado da região, tendo muita facilidade para elaborar contas e cálculos matemáticos.
O seu pai logo nos primeiros anos, voltado para as atividades agrícolas incentivou o seu filho para o trabalho rural dando-lhe uma enxada de 03 libras.
Aos dezoito anos nas suas idas a Irará, tido como um “partido de futuro” por ser o seu pai fazendeiro, armou-lhe uma cilada a Dona da Pensão onde se hospedava, fazendo com que a sua filha desse “o golpe da barriga”, dizendo-se grávida de Manoel, razão suficiente para que Guilherme obrigasse o casamento. Realizado o matrimônio, foi um para cada lado e a donzela não estava grávida. Muito anos depois se realizou “o desquite”, patrocinado pelo advogado Jessé.
Depois de malfadado casamento e até decepcionado com os fatos veio para Feira de Santana-Bahia disposto a negociar com gado.
Empreendido diversas viagens pelos arredores e negócios pecuários, um belo dia ao subir a ladeira do “Minadouro” local onde residiam famílias de classe média, (início da década de 30), cavalgando o seu cavalo, acompanhado do seu fiel perdigueiro “Vampa” encontrou aquela que seria a grande paixão de sua vida – Magdail Pereira da Silva, encontrando óbice para o seu namoro e compromisso matrimonial, por resistência dos pais de sua pretendida, que alegavam ter como motivo o fato do mesmo ser casado e o seu desquite não estar devidamente homologado. Tamanha era a paixão do casal que combinaram uma fuga, que teve o apoio do Cel. Artur de Baixa da Palmeira, que lhe ofereceu o Ford de Bigode e dois jagunços, dizendo: “Vá buscar a moça, traga para a minha casa que eu faço o casamento, pois aqui o Padre faz o que eu quero”.
Desta união, tiveram três filhos – Yolanda, Edson e Milton. A primeira nasceu em Baixa de Palmeira, o segundo em Feira de Santana, na Pensão Brasil, onde fica localizada a Pça. do Nordestino, o terceiro, nasceu na cidade de Cachoeira-Bahia, na Pça. Dr. Milton, que motivou o nome do rebento. Nesta oportunidade Manoel esteve na Farmácia Régis, encontrando um bilheteiro de loteria que insistentemente queria lhe vender o bilhete, conseguindo, permitindo-lhe o grande premio de cinqüenta contos de réis. Com esta fortuna voltou para Feira de Santana-Bahia comprando um sítio no Ponto Central, passou a residir na Rua Marechal Deodoro, próximo a residência de Martiniano Carneiro onde seus filhos fizeram grandes amizades, com os filhos daquele, conhecidos - Sissinho, Tonton, Vilma e Valter Panqueca. Daí mudou-se para a Rua Conselheiro Franco num casarão com um quintal que ia até a Rua da Aurora, travando amizades com as famílias Mascarenhas, Cordeiro e de Abílio Ribeiro.
Teve alguns anos de prosperidade, contudo com a doença da esposa que sofria mal de chagas, vindo a falecer em 1945, experimentou uma decadência financeira decorrente de moratória pública, resultante da 2ª Guerra Mundial, deixando de receber os seus créditos de alguns setores das Forças Armadas, contudo pagou aos seus fornecedores, iniciando nova atividade em sociedade com o seu irmão Eutrópio, fabricando vinhos, licores e vinagres.
Preocupado com a educação dos filhos menores, contraiu novo matrimônio com Hanuvair, com quem teve três filhos – Carlos Augusto, Maria Lúcia e Ana Maria.
Na década de 50, por ser pessoa bastante empreendedora, foi convidado por Osvaldo Torres para compor uma sociedade, representando e distribuindo a cerveja Antártica por toda a região da Bahia com exceção de Salvador. Experimentou nova fase de prosperidade, sendo convidado para compor uma sociedade para a criação do Feira Tênis Clube, depois do Clube de Campo Cajueiro e para integrar a Maçonaria; participou como cotista do empreendimento Saci para a construção do prédio Mandacaru, do qual nada recebeu restando-lhe um título das cotas imprestáveis.
Politicamente participou do PSD e MDB, sendo seguidor do ilustre Dr. Eduardo Fróes da Mota, de quem foi muito amigo. Sabe-se dizer que uma das suas maiores proezas foi quando do casamento de sua filha Yolanda, poder reunir no mesmo espaço os adversários políticos João Marinho Falcão e Eduardo Fróes da Mota, trocando gentilezas e um servindo ao outro, iguarias do serviço de buffet.
Não se sabe de nenhuma inimizade que possa ter cultivado e o seu bom humor era a marca registrada.
Homem de boa-fé foi ludibriado mais uma vez pelo truste e pela ganância das grandes empresas e dos homens, falecendo ao dirigir uma Kombi, transportando mercadorias da Rodoviária Estrela do Norte de Feira para Cachoeira em acidente fatal. Hoje é muito lembrado pelos amigos de seus filhos. Deixou como herança a dignidade, a honestidade, a boa-fé e o respeito ao próximo.