segunda-feira, 21 de setembro de 2009


CAPITULO II


Em 1957, retorno para Feira de Santana, permanecendo até o ano de 1958, alistando-me na Aeronáutica com a pretensão de ser piloto da Força Aérea Brasileira.



COM A FARDA DE S2. - DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA.

Início de 1959, após ter conseguido com o Capitão Comandante da IG um espaço para reunião de uma turma que se propunha ao estudo preparatório para o exame de admissão à Escola de Oficiais em Agulhas Negras, quando cada um dos interessados ministraria aulas de matérias que lhes fossem pertinentes conforme o conhecimento de cada um, enquanto aguardava a oportunidade para o referido exame, fui aprovado para o curso de Cabo Auxiliar de Enfermagem indo para Recife-Pernambuco. Apresento-me na Rádio Jornal do Comércio “falando para o mundo” como se anunciava, cantando com a Orquestra sob o comando de Capiba, maestro e compositor consagrado, autor de inúmeros frevos e da popularíssima – “Maria Betânia”.
O curso é interrompido por problemas nas Forças Armadas, havendo uma ordem do Comando para tal. Retorno a Salvador e por desentendimento com um colega de farda, desleal, aplico-lhe uma surra sendo detido no Quartel por oito dias. Meses depois, por pedir a um tenente no Rancho (refeitório) para repetir a bandeja de comida, sou enquadrado e por abuso de autoridade é decretada a minha prisão, sendo solto por ordem do Sub-Comandante da Base Aérea - Ten. Cel. Aviador Lineu Garcez, com quem eu trabalhava, justamente por entender que não havia motivo para o ato prisional. Desgostoso e desiludido com a carreira militar e como não retornava o curso que fora interrompido, para a sua conclusão, prejudicado no meu objetivo e diante da arbitrariedade, solicitei baixa do serviço, recebendo o aval de vários oficiais superiores. Em 1960, retorno para Feira de Santana, freqüentando a academia de halterofilismo, de Asdrúbal, ensinando Capoeira para alguns amigos, disputo algumas lutas de jiu jitsu, treino Boxe sob a orientação de Raimundo Magalhães ex-campeão brasileiro e sul-americano “peso galo”, egresso da academia Jofre de São Paulo e participo do campeonato baiano de peso médio, vencendo o torneio em Feira de Santana.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

TRECHOS DE VIDA VIVIDA - Capitulo I


No dia 12 de novembro de 1939, numa residência de classe média, na Praça Dr. Milton (nome dado ao logradouro em homenagem a um médico humanista e benemérito da cidade), em Cachoeira, Estado da Bahia, vim ao mundo material, batizado – Milton Pereira de Britto, filho de Magdahil Pereira da Silva e Manoel Justo de Brito, tendo como irmãos – Yolanda e Edson. Decorridos alguns meses, o meu genitor, atendendo ao pedido de um insistente vendedor comprou um bilhete da Loteria Federal, ganhando o primeiro prêmio, retornando para a cidade de Feira de Santana-Ba., de onde saiu no início do ano de 1939, reiniciando uma nova atividade - “negociante de gado”. No dia 10 de outubro de 1945 faleceu Magdahil vítima de doença de chagas, após longo tratamento médico sem proveito. Pouco tempo depois, no dia 14 de dezembro do mesmo ano, meu pai casa-se com uma moça jovem que assume a responsabilidade pela criação e educação de seus filhos. Sem ter uma infância promissora e gratificante para uma criança, aos 11 anos de idade fui mandado para um internato, no Colégio Ipiranga, (antiga residência de Castro Alves) na Ladeira do Sodré, em Salvador-Bahia, no ano de 1952, prestando exame de admissão ao ginásio. Aprovado, a minha madrasta, com o argumento de idade prematura, não permite o meu acesso, o que é feito no ano seguinte, servindo de desestimulo para os estudos, até porque a madrasta não me permitia a aquisição de livros novos, aproveitando a maioria das vezes livros usados adquiridos de filhos de vizinhos.
No internato, por ser um garoto franzino era constantemente alvo de agressões físicas de alunos maiores, o que me estimulou a aprender a Capoeira Regional de Mestre Bimba e Jiu Jitsu (com Valdeck Veloso, ex-aluno de René Bastos e Rabino – dois dos maiores lutadores da Bahia), impondo em pouco tempo muito respeito, até porque quando lutava vencia sempre os mais fortes, o que me valeu o apelido de “Milton Capoeira”. Jogador de futebol emérito fui convidado para treinar no Esporte Clube Ypiranga, da Liga Baiana de Futebol. Iniciei o aprendizado de violão, mesmo porque gostava de cantar e possuía bonita voz, à semelhança de Orlando Silva e Nelson Gonçalves, cantores consagrados.