terça-feira, 12 de janeiro de 2016
AINDA É CEDO
Não me corte, Doutor,
Não me leve para o açougue dos homens,
Aonde as macas conduzem sem piedade
Os desvalidos e mutilados,
Pela ganância dos materialistas desumanos.
Me leve para a árvore onde Buda,
Após despojar-se dos bens materiais,
Foi meditar à sombra,
Longe dos malefícios dos incautos donos do mundo.
Me leve para junto de Confúcio
Para beber de uma sabedoria
Que me levará ao conforto da alma,
Sem dor e sem falência dos neurônios.
Deixem-me ler Lao Tse e ter a sua paciência
No caminhar, até alcanças mil milhas de gratidão e satisfação,
Junto aos que pensam.
Permitam-me voar com Antoine de Saint-Exupéry
Para contar estrelas
E, com Bilac, conversar com elas
Até que possa sentar-me na cadeira de Schopenhauer
Para descansar.
Feira, janeiro de 2014.
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