segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
POESIA - MINHA CAMINHADA - Do Livro "O EU RENASCIDO"
MINHA CAMINHADA
Venho de um lugar
Não muito distante,
Onde existiam flores,
Pássaros sonoros
E gazelas coloridas,
De mato verde,
Por onde caminhavam homens,
Mulheres e crianças,
Sem susto e sem medo,
Tangendo ovelhas e cabras,
Porque o dia era claro
E a noite enluarada,
Com estrelas brilhantes,
Como pingos de luz,
No firmamento infinito,
Sem astrologia, sem questionamento,
Porque bastavam as explicações bíblicas,
Com origens divinas,
E assim bastava.
Venho de caminhadas firmes,
De cabeça erguida,
Por onde a vergonha não se envergonha
De ser honesta,
Para esconder suas razões,
Seus gestos e sua conduta,
Porque não há o que esconder
E não há do que se envergonhar.
Venho de jardins de flores coloridas,
De amores perdidos,
Que inspirou o luso
Em Amores de Perdição,
Que não passaram pelo inferno dantesco,
Nem pelo inverso travesso
Dos descompromissados
Com a liberdade de ir e vir,
Com sorrisos largos,
Sem choro e nem vela,
Mas com uma fita amarela
Inscrita com o nome dela,
Da amada de muitas poesias,
Sambas e canções
De uma noite de verão.
Venho da praça do povo,
Com as manifestações,
Pacíficas e alegres
Como se estivesse em festa
De irmandades platônicas,
Sem compromisso com a religiosidade,
Porque a fé emana do ser pelo ser,
Sem misticismo, sem temor,
Porque os deuses se despiram
Da subordinação temente,
Pregada pelos falsos profetas,
Que se locupletam em dízimos
Obrigatórios para a pregação da fé.
A minha praça
É a das retretas, dos dobrados,
Tocados por filarmônicas
Formadas de instrumentos vários,
Harmonizados em notas naturais,
Sustenidos, bemol e semitons,
De beleza inconteste,
Permitindo aos homens e mulheres
Se perderem e se encontrarem
Em abraços amorosos
E de amizades platônicas,
Que não se misturam
Com a falsidade e os interesses
Financeiros e econômicos
Dos pragmáticos senhores e senhoras.
Venho de um silêncio consentido,
Porque tinha-se mais que ouvir
Do que falar.
Venho de outras eras,
Das moneras
E entranhas amorosas,
Por onde passeiam os poetas,
Em versos rimados ou sem rimas,
Mas que expressam os sentimentos
Doridos de almas apaixonadas,
Em suas imaginações,
De sonhos sonhados
E versificados para a eternidade.
Venho de canções melodiosas
Cantadas pelas madrugadas,
Com os cabelos orvalhados,
De mãos limpas
A segurar o pinho sonoro,
Aviolado de cordas vibrantes,
Dedilhadas, para a canção,
Cantada, para os ouvidos
Adormecidos da donzela
Que ressurge em sua alcova,
De cetim, com os cabelos alvoroçados,
Mas, belos, negros, aveludados,
Para a carícia ou o cafuné.
Venho... E vou indo – para o nada.
Feira de Santana, 10 de setembro de 2016.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
EU TENHO SAUDADE DO QUE NÃO VIVI. TENHO SAUDADE DE LUGARES QUE AINDA NÃO FUI E DE PESSOAS QUE NÃO CONHECI. TENHO SAUDADE DE UM TEMPO QUE NÃO VIVENCIEI, LEMBRANÇAS DE UM TEMPO QUE, MESMO SEM FAZER PARTE DO MEU PASSADO, MARCOU PRESENÇA E DEIXOU LEGADO. ESSE TEMPO, QUANDO A PALAVRA VALIA MAIS DO QUE UM CONTRATO, QUANDO A DECÊNCIA ERA RECONHECIDA PELO OLHAR,, QUANDO AS PESSOAS NÃO TINHAM VERGONHA DA HONESTIDADE, QUANDO A JUSTIÇA CEGA NÃO SE VENDIA NEM ESMOLAVA, ONDE RIR NÃO ERA APENAS UM DIREITO DO REI... AH, ESSE TEMPO EXISTIU, EU SEI. TEMPO DE CARÁTER, LEALDADE, ESCRÚPULOS. TEMPO DE VERDADE, AMIZADE, RESPEITO AO PRÓXIMO. AMOR AO PRÓXIMO. TENHO SAUDADE DO TEMPO EM QUE A JUSTIÇA ERA RESPEITADA PORQUE ERA ACREDITADA. ACIMA DE TUDO. AUTORIDADE MÁXIMA DO DEVER. ZELADORA DOS DIREITOS. SEM VERGONHA DE SER O QUE É, DE APONTAR O QUE FOSSE DESDE QUE FOSSE O JUSTO, O CORRETO, O VERDADEIRO". (RUI BARBOSA). "O HOMEM SEM INSTRUÇÃO É O CARRASCO DE SUA PRÓPRIA NAÇÃO" (MILTON BRITTO).
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
AINDA É CEDO
Não me corte, Doutor,
Não me leve para o açougue dos homens,
Aonde as macas conduzem sem piedade
Os desvalidos e mutilados,
Pela ganância dos materialistas desumanos.
Me leve para a árvore onde Buda,
Após despojar-se dos bens materiais,
Foi meditar à sombra,
Longe dos malefícios dos incautos donos do mundo.
Me leve para junto de Confúcio
Para beber de uma sabedoria
Que me levará ao conforto da alma,
Sem dor e sem falência dos neurônios.
Deixem-me ler Lao Tse e ter a sua paciência
No caminhar, até alcanças mil milhas de gratidão e satisfação,
Junto aos que pensam.
Permitam-me voar com Antoine de Saint-Exupéry
Para contar estrelas
E, com Bilac, conversar com elas
Até que possa sentar-me na cadeira de Schopenhauer
Para descansar.
Feira, janeiro de 2014.
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