Era uma vez um vassalo de origem humilde conhecido como “Leo”, que teve a oportunidade de viver em rica propriedade de nobre senhor poderoso, que lhe deu conforto ministrando-lhe ensinamentos que não foram de todo aproveitados. Pois bem! O vassalo foi crescendo, se desenvolvendo em sua forma física, contudo, o espírito que herdara não era de boa índole e como dizia o filósofo-poeta – “Em árvore plantada em terreno infértil não se espere bom fruto”. Daí, o infeliz personagem passou a construir um castelo de areia com telhado de vidro, inicialmente pequeno, modesto, porém a sua ambição era grande e no decorrer dos anos foi aumentando o seu castelo e a sua pompa, de tal forma que assumiu o porte de nobreza que não possuía vez que não era de sangue real. Naquela época os nobres eram escolhidos pelo povo dentre aqueles que se destacavam pelos seus projetos de governo, muitas vezes não cumpridos, mas era a sina dos menos afortunados. Um dia o vassalo, saindo dos serviços domésticos, foi convidado para pequenos afazeres no palácio, carregando e entregando papéis do reino, percebendo parca remuneração, embora pudesse ter sido aquinhoado com melhor desempenho se fosse boa a sua formação profissional e intelectual, que a inércia não lhe permitiu. Vivendo sob a influencia do rei que se tornou popular, principalmente pelos grandes bailes que promovia na corte para os demais vassalos, o nosso personagem adquiriu pequena popularidade e é lançado escriba do povo, cargo por este outorgado para em seu nome promover-lhe benefício na elaboração de normas jurídicas que aperfeiçoasse o governo, o que não fez ou não soube fazer, tornando-se arauto do apocalipse, espalhando discórdias de tal forma que nenhum rei para ele era bom, tampouco os seus pares que chegou a denominá-los de porcos vivendo em chiqueiro. Embora a população do reino crescesse chegando às raias de um milhão de habitantes, “Leo” se mantinha com efêmero poder, pelo beneplácito de aproximadamente duas mil pessoas, que em troca de alguns favores lhe dava sustentação. Não cuidou do seu castelo de areia que poderia ter sido sólido, forte, se construído com boa estrutura, nem observou que o seu telhado de vidro era frágil e com certeza não suportaria o arremesso de um simples pedregulho. Além dos impropérios lançados contra tudo e contra todos, perdendo apoio do populacho, não satisfeito passou a lançar pedras contra o telhado alheio e em um desses momentos cai uma pedra em seu telhado, estilhaçando os vidros, ficando sem teto e sem guarida, porque o vento fez o resto levando as paredes falsas de areia do seu palácio, simplesmente pelo fato de que - “quem semeia vento colhe tempestade”.
Assim foi e assim será com todos aqueles que acolhidos não acolhem, detratam e subestimam a inteligência alheia.
Em um ponto minúsculo do universo denominado – “Terra”, numa madruga de reflexão, no ano de dois mil e dez, subscreve o filósofo – Notlim Ottirb.